sábado, 31 de dezembro de 2011

Balanço - 2011


Chega então a temida altura do ano em que independentemente da inspiração estar ou não presente, há que fazer o balanço do que se passou durante um ano inteiro. Com a memória que eu tenho, um balanço nunca será completo, claro, mas este é mais um ano em que vou tentar o meu melhor como tenho feito nos últimos três.

2011 foi um ano de decisões. E isso resume tudo! Acabou uma etapa e iniciou-se outra, com muitas (in)decisões pelo meio, claro!. Todos defendemos o direito a decidir, detestamos quando isso se nos é tirado, mas depois quando apenas nós mesmos podemos tomar uma decisão que afetará as nossas vidas, sentimos a necessidade de conselhos ou que outro alguém tome a decisão por nós…é muita responsabilidade. Mas as decisões foram tomadas e se foram as melhores ou não, ainda está a ser auferido. Mas agora não se pode voltar atrás.
Sendo um ano de decisões, foi também um ano de mudanças. Infelizmente ainda não sei dizer se as mudanças foram para melhor ou para pior, depende sempre do ponto de vista ou dos aspetos a que me possa referir. Mas houve mudanças radicais nos mundos em que circulo: círculo de amizades incluído. Eu não mudei assim tanto, talvez apenas tenha começado a (sobre)viver mais e melhor: a relativizar mais, a deixar de parte aquilo que me faz confusão ou que me faz sofrer ou duvidar de mim mesma, dei alguns passos em frente. Tornei-me mais independente, aceito a “solidão” com maior abertura.
Foi um ano de vitórias e derrotas para a iPUM: primeira digressão por terras europeias, primeira vez na Latada e no 1º de dezembro…começamos a ser reconhecidos indoors. Derrotas porque muita coisa mudou em um ano, muitas saídas e entradas, a habitual renovação que acaba por deixar sempre as suas marcas.
Em termos profissionais posso afirmar que gosto de ensinar (o meu sonho de criança de ser professora de inglês afinal tinha algum fundamento) mas sinto uma vontade tremenda, aliás uma necessidade, de traduzir. Talvez por isso me tenha associado ao Projeto Revisoras Traduções. O mesmo é dizer que ando a ler mesmo muito e ando cada vez mais viciada em finais felizes (mesmo que demore a chegar lá como nas minhas novelas mexicanas ou estadounidenses).
Em suma, nada de grandes mudanças nem de grandes avanços, apenas uma evolução gradual e normal em direção à “realização”. (De referir apenas que continuo a não apoiar o Novo Acordo Ortográfico, mas rendi-me às evidências e comecei a usá-lo).

Que tenham um bom ano de 2012, espero que vos traga todas as respostas que procuraram durante este ano que se finda e obviamente que 2012 seja bem melhor que 2011! Até para o ano.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

À noite


Estranhamente à noite é pior. Sinto mais a tua falta, penso mais no que poderia ter sido mas nunca foi e no que poderá ser amanhã quando um novo sol raiar, consoante o que eu decidir hoje.
Não consigo arranjar bons conselhos, boas razões para seguir este ou aquele caminho, terei de esperar pelo momento certo para estupidamente fazer uma escolha a quente, sob pressão.
É a noite que nunca te deixa partir. Parece querer aproveitar mais uns momentos contigo antes de se despedir por agora. Ela compete comigo, trava uma batalha desigual com a vitória assegurada; não conheço as suas armas mas ela conhece a minha única forma de te fazer importar: o fingimento. Nunca a deixei vencer sem luta, nunca desisti; ela sempre saiu vencedora por mérito próprio, mas creio que chegou a noite derradeira, aquela que me fará desistir; a quem entregarei os pontos até aqui conquistados e partirei sem os despojos a que teria direito. Seria, no entanto, uma mudança tão drástica que nem mesmo a própria noite perceberia o porquê, nem eu lho saberia explicar…venceste!
Ah, noite malvada que me deixas desperta sem ter para onde fugir, que me deixas de costas voltadas para o amanhã e refugiada naquilo que são pensamentos outrora demasiado racionais. Não te devia ser permitido seguir livre cometendo todos os crimes que de boa vontade perpétuas pelas nossas consciências. Sei de um planeta onde o sol te suplanta, onde duras apenas um décimo, onde quase não és relevante; planeio mudar-me para lá mas nem isso posso fazer sem a tua permissão.
Dizem-me que ages sozinha, que não és um fantoche nas mãos do mundo, se assim for por que então te comportas como se tudo o resto fosse irrelevante perante os teus morosos trabalhos de desconstrução de um fingimento, uma negação que durou dias a criar?
Não aceitas requerimentos por escrito, nem sequer me ouves quando pela minha imaginação te peço para adiar o nosso encontro. Não te sei influenciar, segues as tuas próprias regras e não me concedes nenhuma liberdade sumária. Não sei porque ainda sinto que te devo algo, que preciso que me envolvas no teu manto de escuridão e esquecimento e me ajudes a moldar aquilo que serei amanhã durante o dia até que me venhas visitar outra vez sempre sensivelmente doze horas depois da visita anterior.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Desastre de influências



De repente tudo descarrilou. Como se costuma dizer: um desastre nunca vem só.
Vemo-nos obrigado a tomar decisões quer nos afetarão a longo prazo, somos obrigados a tomar partido, a agir contra uns e a favor de outros. Somos impedidos de votar em branco ou de levar tudo na desportiva e ter um voto nulo. Obrigam-nos a encaixar, a fazer parte de uma das maiorias e a acarretar as consequências das nossas ações. 


Há quem diga que isto é crescer, há quem diga que é conformismo. Eu surpreendentemente não tenho opinião formada sobre o assunto, reconheço que ele existe mas sou sincera ao afirmar que só quando o vivencio percebo aquilo de que os outros falavam; só quando posso realmente dizer que “sei o que isso é” é que me consigo decidir.
Todos somos influenciáveis, é apenas a questão de aparecer a pessoa certa para o fazer. Não temos sempre opiniões formadas sobre tudo, somos muitas vezes levados a optar por uma explicação, a seguir um caminho por deferência a outrem; há exemplos aos milhares. Basta-nos por vezes conseguir acalmar a própria consciência e arranjar uma justificação lógica para a decisão, mesmo que não consigamos explicar o porquê aos outros, no nosso interior estamos calmos e certos de ter feito a decisão acertada (quanto mais não seja pelo historial dessa mesma explicação). Os números, as maiorias são importantes; daí as sondagens que tantas vezes fazemos sub-repticiamente, disfarçadas de dúvidas existenciais. É assim que se constroem amigos: pessoas que se parecem connosco ou pessoas que têm as qualidades que tanto invejamos. Eu invejo pessoas que sabem o que querem e que conseguem justificar as suas opiniões e decisões sem serem demasiado racionais como eu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Desastre de vontades




Fomos ter os dois ao ponto de encontro marcado há anos atrás. Tu chegaste primeiro, sempre tiveste a consideração de não me fazer esperar. Decidimos tentar mais uma vez reconciliar as nossas tão diferentes opiniões. Chegados ao local marcado, demos o primeiro passo ao desculpar-mo-nos de antemão por qualquer eventualidade ocorrida durante o exercício sentimental.


Sempre esperamos demasiado, houve alturas em que projetámos um no outro os nossos ideais e saímos dececionados. Sempre deixámos isso para trás, sempre nos tentámos esquecer de tudo o que não funcionou, o que foi falhado, mas assim não pudemos aprender com os erros, não acumulamos experiências um do outro, apenas adiámos o inevitável confronto.
Com sentimento é mais caro, tudo sai mais caro no final das contas. Se não nos importássemos seria tudo muito mais simples, chegados a esta encruzilhada esperada, cada um seguiria o seu caminho desejando ao outro a felicidade tão almejada. Mas todo o conhecimento acumulado serviu pelo menos para, apesar de todos os percalços, aumentar o sentimento. A experiência serviu para extrapolar, para fazer analogias e melhorar em relação àqueles outros que não nós mesmos.
Antes deste confronto muitas foram as conversas que tivemos sozinhos, conversas que acabavam sempre da mesma maneira: na expetativa do próximo episódio e com a consciência de que as conversas não mudariam: fomos sempre os mesmos um com o outro. Ninguém nos pode acusar de falta de coerência ou de excesso de preocupação, sempre levamos as coisas na desportiva (é esta pelo menos a visão dos outros). Sempre corremos por diferentes percursos, sabem os outros qual o objetivo que queríamos atingir? Sempre nos carregamos um ao outro até à meta. Fazes-me falta.
Mas ao longo do caminho fomos desvirtuando tudo o que construímos a custo: queimámos pontes, criamos novos atalhos, arranjámos novos caminhos e destinos diferentes que nos afastaram muito mais que as normais circunstâncias da vida. Deixamos de andar lado a lado, os nossos objetivos já raramente se cruzam e se servem um do outro para se concretizarem.
O encontro há muito estava marcado, nunca tivemos dúvidas que este dia chegaria mas não estava preparada para o motivo que o despoletou: a distância não é fácil conciliar. Sem surpresas: nunca fomos especiais o suficiente para que a distância em nós não fizesse a sua habitual mossa.
Deixou de fazer sentido, desgastou, desvirtuou-se, mudou o suficiente para que o desastre ocorresse com o nosso consentimento. Dizes-me que não queres tentar outra vez, que não vale a pena, que no fim das contas mais tempo gasto apenas significaria que a razão sempre esteve do teu lado. A ilusão não vale a pena; anos depois o resultado foi, afinal, o esperado, o então vaticinado por nós mesmos.
Não encontramos ainda um substituto, ainda temos a mesma importância um para o outro, deixámos foi de saber o que fazer com essa importância: já não nos é útil, apenas nos aquece a alma de recordações e de saudade, não nos traz perspetivas de futuro. O nosso currículo não está suficientemente completo: talvez seja esse afinal o nosso problema…
Mas isto não é o fim; durará o tempo todo enquanto gostares de mim. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amizade I


Quantas pessoas te amaram? Quantas amaste? Quantas desperdiçaste no amor que não tiveste? Porque não basta ser amigo, há que saber sê-lo também – prestar atenção, ter o instinto do que é conveniente e amável.

A amizade é coisa da juventude, quando se tem vitalidade que transborda livremente de nós. E é para a vida inteira. Mas a vida separa-nos e fica uma amizade remissa como um livro que temos na estante e poderemos um dia folhear.

Amizades na idade adulta têm quase sempre outros ingredientes – a politica, a literatura e assim. São as que se rompem mais depressa e dão às vezes ódios até à morte. E chegados a velhos, a amizade é um encosto, uma bengala em feitio de gente. São os amigos dos jardins, talvez dos asilos, talvez apenas de um hábito que nos ficou de não sabemos quando. Aliás, a memória de como as coisas começaram perde-se muitas vezes. Há pessoas com quem cortámos relações e que ainda estão cortadas, mas já não sabemos porque é que o corte aconteceu. A maior amizade é enfim a de duas pessoas que se sentam num café ao lado uma da outra sem já nada dizerem. E, em variante, o caso de um velho casal que se troca uma palavra de dia ou de noite, é para se injuriarem. Seria um erro pensar-se que se não amam. Amam de verdade, que o amor é muito engenhoso nas suas formas de ser. E tanto assim é que, se um dos dois do casal se passa para o outro lado, o que fica faz normalmente logo as malas e passa-se também.

Quantas pessoas te amaram e tu amaste? Pensa. Porque se o souberes, terás talvez sabido por inteiro a tua verdadeira biografia.

Vergílio Ferreira

sábado, 5 de novembro de 2011

Someone that cannot love

You locked your heart
You wake up with tears and stars in your eyes
You gave it all to someone that cannot love you back.
Your days are packed
With wishes and hopes for the love that you've got
You wasted it all to someone that cannot love you back.

Someone that cannot love, love
Ain't this enough?
You push yourself down
You try to take comfort in words, but words
They cannot love
Don't waste them like that
'cause they'll bruise you more.

You secretly made
Castles of sand that you hide in the shame.
But you cannot hold tides that break down
And you build them all over again.

You talk all this words,
You make conversations that cannot be heard.
How long until you notice that
No one is answering back?

Someone that cannot love, love
Ain't this enough?
You push yourself down
You try to take comfort in words, but words
They cannot love
Don't waste them like that
'cause they'll bruise you more

Someone that cannot love

sábado, 8 de outubro de 2011

Perdóname - Pablo Alborán ft Carminho



Si alguna vez preguntas el por que...
no sabré decirte la razón
yo no la sé
por eso y más
perdóname...

Uuuna sola palabra mas
no mas besos al alba
ni una sola caricia habrá
esto se acaba aquí
no hay manera ni forma
de decir que si

Si alguna vez
creíste que por ti
o por tu culpa me marché
no fuiste tu
por eso y más
perdóname..

Si alguna vez te hice sonreír
creistes poco a poco en mí
fui yo lo sé
por eso y más
perdóname..

Siento volverte loca
darte el veneno de mi boca
siento tener que irme así
sin decirte adiós

.. Perdóname..

domingo, 2 de outubro de 2011

Sem saída

Há coisas que nem vale a pena começar porque sabemos que nunca lhes daremos continuação. É triste e infrutífero ter esse nível de consciência, reconhecer os nossos limites, conhecermo-nos a esse ponto. 
É isso que muitas vezes retira o significado de pequenas vitórias, pequenos avanços que fazemos, pois sabemos que chegaremos a um ponto onde não poderemos, não seremos capazes de avançar mais. Há quem diga que o que conta é o caminho que se faz até chegar ao lugar almejado e não apenas chegar lá: a velha questão dos meios justificarem os fins? Mas às vezes perguntamo-nos por que nos esforçamos por viver coisas que nunca darão em nada, o porquê de nos esforçarmos por atingir algo que não terá as consequências desejadas, porquê começar uma estrada se sabemos nunca conseguir caminhar até ao fim? 
Não é pessimismo ou negativismo, é ter consciência do que se é e do pouco que os outros podem influenciar em certos casos em que cabe apenas a nós mesmos decidir se vale a pena continuar ou então terminar antes de chegar à encruzilhada que nos aguarda mais adiante.

domingo, 7 de agosto de 2011

Twentysomething - Jamie Cullum


After years of expensive education,
A car full of books and anticipation...
I'm an expert on Shakespeare and that's a hell of a lot
But the world don't need scholars as much as I thought.

Maybe I'll go traveling for a year:
Finding myself, or start a career.
I could work for the poor, though I'm hungry for fame;
We all seem so different but we're just the same...

Maybe I'll go to the gym, so I don't get fat
Aren't things more easy, with a tight six pack?
Who knows the answers, who do you trust?
I can't even separate love from lust!

Maybe I'll move back home and pay off my loans,
Working nine to five, answering phones.
But don't make me live for my Friday nights:
Drinking eight pints and getting in fights!

Don't wanna get up, just have a lie in
Leave me alone, I'm a twentysomething...

Maybe I'll just fall in love,
That could solve it all...
Philosophers say that that's enough;
There surely must be more.

Love ain't the answer, nor is work
The truth eludes me so much it hurts...
But I'm still having fun and I guess that's the key
I'm a twentysomething and I'll keep being me!

sábado, 23 de julho de 2011

Monster - Paramore



You were my conscience
So solid now you're like water
And we started drowning
Not like we'd sink any further
But I let my heart go
It's somewhere down at the bottom
But I'll get a new one
And come back from the hope that you've stolen


I'll stop the whole world
I'll stop the whole world from turning into a monster
Eating us alive
Don't you ever wonder how we survive?
Well now that you're gone the world is ours

I'm only human
I've got a skeleton in me
But I'm not the villain
Despite what you're always preaching
Call me a traitor
I'm just collecting your victims
And they're getting stronger
I hear them calling


Well you thought of straight solutions
ButI liked the tension
And not always knowing the answers
You're gonna lose it
You're gonna lose it

sábado, 16 de julho de 2011

Sabes, eu também - Sebastião Antunes



Estava difícil combinar um café, mas desta vez lá foi
Talvez possamos falar do que já lá vai que as vezes ainda dói:
Da coragem esquecida que já se perdeu
quem deixou por dizer foste tu ou fui eu;
Da lembrança guardada num canto qualquer;
Da palavra apagada por não se entender
e dizer-te num gesto mais enternecido:
Sabes, eu também ando um bocado perdido.

Vou preparar-te um jantar, com certeza vou ser original.
E vou escolher-te um bom vinho. Tu sabes, nunca me saí mal.
Vou falar-te das voltas que a vida trocou;
Das verdades que o tempo já entrelaçou
Entre sonhos queimados lançados ao vento,
Entre a cor de um sorriso e o tom de um lamento.
E dizer-te de um sopro empurrado pela sorte:
Sabes, eu também ando um bocado sem norte.

Olha, não fiz sobremesa. Deixa lá, fica para a outra vez.
Vamos deixar mais um copo a falar dos quês e dos porquês.
Uma historia que nos apeteça lembrar;
Um episódio que nunca nos deu para contar;
Um segredo guardado p’lo cair do pano;
Um encontro marcado no cais do engano.
E dizer-te na hora em que a voz fraquejar:
Sabes, eu também me apetece chorar.

E vou chamar um táxi. É hora p’ra te levar a casa.
Era suposto um de nós nesta altura ficar com a alma em brasa,
Mas a vida é assim, não aconteceu.
Pouco importa dizer, foste tu ou fui eu,
O que importa é o abraço que estava por dar.
Há-de haver uma próxima e mais um jantar.
E dizer-te a sorrir já passa das três
Dorme bem, quem sabe … um dia talvez.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sobre mim

Adoro simetrias. Fascina-me conseguir resumir numa folha de papel tudo o quer sinto. Adoro ter planos e cumpri-los. Gosto da minha organização desorganizada.
Adoro saber a opinião dos outros. Gosto de desabafar com a pessoa certa. Adoro sentir-me útil. Adoro gestos que valem mais do que mil palavras. Adoro palavras.
Gosto quando alguém me conhece o suficiente para me poder dizer “tu és assim”. Gosto da ansiedade na véspera de algo importante.
Gosto de ser teimosa. Adoro explicações. Gosto de falar quando quero. Gosto do silêncio. Adoro música.
Gosto de todo o tipo de amigos que tenho. Gosto de dar e de receber. Gosto das pessoas em geral. Gosto de ver futebol.
Gosto de bilhar. Adoro escrever. Gosto de café. Adoro camisas. Adoro comer gelado directamente da caixa.
Odeio comparações. Odeio um par de olhos fixos em mim. Detesto não saber para onde vou antes de sair.
Odeio juízos de valor pré-concebidos. Detesto sentir-me pressionada. Odeio parecer mais forte e menos sensível do que realmente sou.
Detesto o facto de pensar demasiado nas coisas, forçando-as a perder o seu sentido inicial. Odeio achar que posso ser demasiado sincera.
Não gosto de intromissões indesejadas. Não gosto de surpresas, gosto de ter as coisas sob controlo.
Não gosto que me achem orgulhosa ou fria. Detesto ser a última a saber das coisas. Odeio indefinições.
Não gosto de pessoas que falam do que não sabem. Detesto ter de confrontar as pessoas.
Não gosto de tirar fotografias sozinha. Odeio perder uma discussão e continuar convencida de que tenho razão. Não gosto quando ponho os outros antes de mim.
Odeio o 8 e o 80. Não gosto que me toquem no cabelo. Odeio fazer algo contrariada. Detesto não ter confiança.
Não gosto de ter a mania de corrigir os outros. Detesto dar erros de português. Odeio sentir-me ignorada. Detesto que me assustem. Odeio achar que não consigo.
Não gosto que as pessoas não dêm nomes aos bonecos. Detesto que me chamem "Tininha".

(em construção...)

sábado, 2 de julho de 2011

Ausência

Gosto de ti senão de uma maneira muito tangível, pelo menos anda lá perto. E fazes-me falta. Faz-me falta que me tentes compreender e que partilhes comigo o que te castiga e te obriga a ser quem és. Preciso que me faças rir como sabes fazer, que eu deixe tudo o resto de lado quando me concentre só em ti e nas tuas palavras. Acredites ou não, sinto falta disso. Não é frase feita, nem o que se espera que eu diga: é apenas o que eu sinto e o que quero que percebas.

Sinto falta dessa dependência maldita que agora me faz precisar da tua presença reconfortante. Custa a acreditar, eu sei, mas as coisas mudam de tal maneira que sentimos vontade de regressar ao que já foi, àquilo a que nos habituamos e que agora parece mais seguro que o desconhecido.
Já to disse das maneiras mais claras e óbvias e por outros meios mais discretos, mas nunca é demais dizer-to. Na esperança de que esse conhecimento te faça voltar atrás.

Vai demorar a chegar o dia em que nos sintamos completos. Vou continuar à espera deste lado do Oceano. Sei que vais voltar atrás, sei que as circunstâncias não serão as mesmas. Agora tenho-te onde sempre foi o teu lugar: ligeiramente inclinado para a esquerda.

sábado, 28 de maio de 2011

Namora uma rapariga que lê

"Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos.

Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.
Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que lêem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro.
Oferece-lhe outra chávena de café com leite.
Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua.
Ela tem de arriscar, de alguma maneira.

Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo.

Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois.
Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Excepto na saga Crepúsculo.

Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo.

Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype.
Vais sorrir tanto que te perguntarás por que é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas.

Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê.

Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve."

(Texto de Rosemary Urquico, encontrado no blogue de Cynthia Grow. Tradução “informal” de Carla Maia de Almeida para celebrar o Dia Mundial do Livro, 23 de Abril.)

domingo, 1 de maio de 2011

Inquérito

Estou dividida. Há ja muito tempo que perdi a capacidade de saber discernir uma mentira de uma meia verdade: simplesmente não tenho tempo para isso. É certo que por vezes é pela força do hábito (não porque sejamos grandes actores) mas mesmo nós não sabemos quando falamos sinceramente ou quando mentimos para nós próprios...E em relação aos outros as coisas só podem ser ainda mais complicadas.
Ouço tanta coisa! Não, nao sou vítima de uma míriade de sermões, nem sou um ombro amigo por excelência, nem alguém em quem se tenha uma confiança cega (talvez porque não ofereça o suficiente), mas mesmo assim as amostras foram tantas que confundem o inquérito. A margem de erro é bem visível.
Quando se trata de amizade, uma decisão apoiada em dados estatísticos com uma elevada margem de erro pode ser fatal.
Como saber ver a verdade na mentira? É sempre uma questão de confiança! Confiança em nós mesmos, nos nossos instintos? Confiança cega num amigo e por consequência desilusão no outro?
O ideal, o que é suposto é sermos nós o elo de ligação entre os nossos amigos, a coisa importante que os une, o denominador comum, o elo de confiança...Mas valemos todos o mesmo! Ou seja, se um dos elos quebra, todos os outros ficam mais frágeis. Basta perdermos a confiança numa pessoa, numa situação, para aprendermos a questionar todas as outras, com ou sem fundamento racional.
É difícil decidir o que fazer com os dados recolhidos neste inquérito feito a uma suficientemente vasta amostra de população, de modo a ter uma elevada margem de erro. Partilho e abro a discussão, dando o meu parecer oficial? Ou fico-me pelo que sei e continuo a não me importar e a deixar que novos inquéritos (esperançosamente com uma menor margem de erro) se sucedam?

sábado, 23 de abril de 2011

Richard Armitage - "O Lady" by Ted Hughes



O lady, when the tipped cup of the moon blessed you
You became soft fire with a cloud’s grace;
The difficult stars swam for eyes in your face;
You stood, and your shadow was my place:
You turned, your shadow turned to ice
O my lady.
O lady, when the sea caressed you
You were a marble of foam, but dumb.
When will the stone open its tomb?
When will the waves give over their foam?
You will not die, nor come home,
O my lady.

O lady, when the wind kissed you
You made him music for you were a shaped shell.
I follow the waters and the wind still
Since my heart heard it and all to pieces fell
Which your lovers stole, meaning ill,
O my lady.

O lady, consider when I shall have lost you
The moon’s full hands, scattering waste,
The sea’s hands, dark from the world’s breast,
The world’s decay where the wind’s hands have passed,
And my head, worn out with love, at rest
In my hands, and my hands full of dust,
O my lady.

sábado, 9 de abril de 2011

Eu: Razão Vs Coração II

Adele - Rolling in the Deep
Found at abmp3 search engine


Querido coração:

Quanto mais me afasto, mais me aproximo.
E chegas tu no teu cavalo alado, depois de um dia cansado de perseguir dragões. E eu espero-te sempre do mesmo modo e com o mais sincero dos sorrisos. Braços abertos que nunca se fecham, apenas para te ter mais perto. Mas tu apenas não serves para aplacar tudo o que se sucede, somente exageras ou diminuis a emoção de existir.
E é por isso que te culpo de tanta coisa que me acontece; por estares sempre presente para mim e é a ti que recorro quando nada corre bem e és tu que sofres com a minha desilusão. Mas nem sempre te castigo sem mereceres. Nunca sei bem o que fazer para perceberes que erraste, que tens realmente culpa e acabo por recorrer ao mais óbvio dos castigos. E é então que ele se vira contra mim e acabo por ser eu a castigada e por ter de voltar atrás e dar o braço a torcer.
E o ciclo vicioso começa outra vez.
Há algo indiscutível neste ciclo: esses dragões imaginários nunca deixarão de existir e de te tentar deter. Tudo porque tu mereces mais do que aquilo que realmente tens e te dão e não és feliz sabendo disso.
O meu sorriso tenta sempre ser sincero, mas, por mais que eu o tente domar, por vezes apenas não me obedece e surge sem o merecer. Mas ele estará sempre lá, junto com uns braços abertos à espera de se fechar. A ti, cabe-te regressar apesar de tudo o que já mudou e de todos os dragões que ainda terás de perseguir. Cabe-te existir mais perto de mim.

Da tua razão

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Renovação

Tudo se renova, talvez por não me conhecer totalmente a fundo me surpreenda constantemente. Surpreende-me a minha ingenuidade, a minha falta de atenção e perspicácia. Há coisas que estão mesmo à minha frente mas que eu teimo em não ver.

Tenho limites e limitações que me impedem de questionar os outros acerca do que realmente me interessa.
Podem ser chamadas de revelações, não que aconteçam necessariamente da maneira mais tradicional: como se fizesse de repente luz; mas surgem quando menos as espero. São claras como a água e espanto-me de nunca antes ter reparado nelas de tão claras que são. E depois existem as já costumeiras dúvidas, questões que se levantam do nada, que me apanham desprevenida e sem resposta rápida e letal como é de costume. (Des)Aparecem também as (des)ilusões com coisas e pessoas outrora tão óbvias e tidas como dados adquiridos que tomam por assalto e contrariam.

Estou desprotegida, não possuo um escudo mental que me permita fingir ou esconder o que me aterra. O meu coração manda e desmanda numa mente que infelizmente não lhe obedece. O meu problema é essencialmente mental como já puderam observar e resulta em complicações com efeitos nocivos para a minha interacção social e interior. Esta semana ja me chamaram de tímida, já me disseram que tenho um olhar que assusta de tão recriminador que pode ser, já me elogiaram a paciência e a inteligência e, erroneamente, a memória; já criticaram alguém que me é essencial mas não me recriminaram por isso; já desiludi por certo alguém e fui desiludida...um ciclo senão vicioso, no mínimo repetitivo! A reacção tende a ser sempre a mesma, um reflexo condicionado: um sorriso esforçado, uma gargalhada sincera ou um afastar da zona de explosão. Já tive mais dificuldades em deixar certas coisas de lado, em fugir aos meus pensamentos; agora deixo-me guiar sobretudo pelo que tem de ser e não pelo que quero que seja... Será isto crescer, perder sensibilidade ou um mecanismo de defesa, uma procrastinação? Fica mais esta questão no ar!

sexta-feira, 25 de março de 2011

But for now XIV

It is easy to get everything you want, provided you first learn to do without the things you cannot get.
Elbert Hubbard

sábado, 12 de março de 2011

Blue - I can (Eurovision UK)



You were the eyes in the face of fortune
I lost my way and I couldn't find you
Oh, oh no
We're not the first ones to be divided
Won't be the last to be reunited
No, Oh no
(Oh no)

It's like rain falling down
Drops of pain hit the ground
I can't speak
There's no sound when you're gone(Yeah, come on)

I can, I will,
I know I can untie these hands
And get backup again.
(oh-ho)
I can, I will
I know I can untie these hands
And get backup again.

I can, I can
(Get back up again)

I have never lost anything quite like this
No second chances if I don't fit in
No (no), Oh no (oh no)
You closed the door and you kept on walking
Left me behind and there's no more talking
No, Oh no, Oh no

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Fuga

Quando eu gostar tu saberás.
Ver-me-ás mais distante e cada vez mais perto do que não desejo. São estes afinal os sintomas que ainda não me diagnosticaste.
Fugir nunca foi uma hipótese: encontrar-me-ias por certo. Seria difícil explicar a razão da fuga, os meios ardilosos a que recorri para a efectuar e o quão alto algo no meu interior me pedia para me deter. Mentir nunca foi a solução desejada pois altera tudo o que penso e confunde a mente; mas nunca usaria a mentira para fazer dano ou cometer um acto sancionável. Desculpas são meros argumentos, por vezes banais, dados no momento oportuno mas um tanto atrasado. E mesmo estas não são desejadas. Não vou fugir.
Enfrentar-te nunca foi uma hipótese: a verdade teria de ser absoluta e já nada seria como dantes. A mudança assusta-me porque promete coisas que não cumpre e surpreende os mais incautos pensamentos que possa vir a ter. A perda seria demasiado grande e não compensaria o alívio e a verdade que a antecederiam. Os fins nem sempre justificam os meios e este fim não é a solução desejada. Não vou ficar.
Se to pudesse dar a escolher qual seria a tua decisão? Escolherias saber de tudo, ouvir todas as confissões da minha boca ou preferirias que me afastasse e deixasse intacta pelo menos uma réstia do teu orgulho? A incompreensão assusta-me, se estivesse no teu lugar não me perdoaria. Não penses que o faço mesmo agora sendo eu mesma! Ao desiludir-me comigo, a perder a confiança no que penso e sinto, a questionar tudo e a querer que as coisas sejam bastante diferentes, quase a roçar a realidade alternativa.
Quando eu gostar tu saberás.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Barca

A minha vida é um barco abandonado à espera de águas mais calmas para poder ser livre. Já não espera pelo barqueiro, já desiludiu essa esperança de que tudo mais tarde acaba por dar sempre certo.
As águas continuam agitadas por uma turbulência que só a ti te interessa. Enquanto nos tiveres a todos abandonados ao largo da tua costa, sabes que não poderás ser egoísta ao ponto a que gostarias de ser. É apenas isso que me faz continuar à espera. Minto! Tenho faróis à distância que esperam apenas um sinal para me guiarem em busca de uma porto mais seguro, sem amarras, mas ignoro-os para já. Atrevo-me a permanecer aqui até que os ventos mudem ou uma nova maré surja finalmente.
Repugno aqueles ideais de sacrifício: soam apenas a mediocridade por serem a saída mais fácil e óbvia a seguir. Prefiro confiar no meu instinto quando ele me diz para continuar a tentar.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Rolling in the deep - Adele



There's a fire starting in my heart,
Reaching a fever pitch and it's bring me out the dark.

Finally, I can see you crystal clear,
Go ahead and sell me out and I'll lay your sheet bare.
See how I'll leave with every piece of you,
Don't underestimate the things that I will do.

The scars of your love remind me of us,
They keep me thinking that we almost had it all.
The scars of your love, they leave me breathless,
I can't help feeling.

We could have had it all,
(You're gonna wish you never had met me),
Rolling in the deep,
(Tears are gonna fall, rolling in the deep),
You had my heart inside of your hands,
(You're gonna wish you never had met me),
And you played it to the beat.
(Tears are gonna fall, rolling in the deep).

Baby, I have no story to be told,
But I've heard one on you and I'm gonna make your head burn.
Think of me in the depths of your despair,
Make a home down there as mine sure won't be shared.

Throw your soul through every open door,
Count your blessings to find what you look for,
Turn my sorrow into treasured gold,
You'll pay me back in kind and reap just what you've sown.

But you played it,
You played it,
You played it,
You played it to the beat.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por muito que queiras

Por muito que queiras ouvir-me dizer "Eu desisto", não o farei.
Já sei o que me espera: uma reedição e sim, continuo sem saber como agir: creio ainda não ter aprendido a lição com os erros de outrora.
Mas não me vais ouvir dizer que desisto, não mereces que o faça.
E não é por orgulho ou teimosia, mas pelo contrário, é por já saber o que me espera para além deste episódio, desta porta de oportunidade que ora se abre ora se fecha para mim.
Não me desvias do que penso e do que procuro sentir; tentas-me, obrigas-me a desvios com os quais não concordo, mas acaba sempre tudo por voltar ao seu estado mais natural.
Não sei se és calculista a esse ponto, se pensas nas consequências antes dos actos ou se apenas te deixas ir e afogar no que acreditas ser. E não sei se isso te desculpa.
São tantos "nãos" que ouço, tantos "sims" com que não concordo, mas deixo-te ir sem ter coragem de os pôr em causa como gostaria de saber fazer. Mas isso é mais demérito meu do que teu mérito.
Segues na dianteira, tens o controlo (sinto que o sabes) mas ainda não ganhaste.
Talvez aconteça que o que te mova seja mesmo esse desejo de luta, do confronto que te faça sentir vivo, não sei se sou eu a pessoa certa para tal, mas venho tentando; tentando ser superior, escondendo o que grita por escapar só para evitar vítimas. Pode que não seja minha a culpa, mas espero fazer parte da solução. Não me podes acusar de não fazer por isso.
Por muito que queiras...até ao próximo episódio ficamos por aqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Encontro

Gostava de ter o dom que outros têm mas não...
A minha imperfeição segue sendo mais que aquelas outras que tu persegues e enamoras.
Não costumo pedir mais do que aquilo que mereço mas também tu mereces o que não te posso dar. Não existe um meio-termo para o que tu queres e o que eu estou disposta a oferecer.
Verdades incompatíveis surgem finalmente à superfície mas tu não as queres, não pensas merecer pagar o seu devido custo. Julgas ter todas as respostas do mundo, conhecer-te a ti mesmo como ninguém mas enganas-te. Eu que te sei pensar, te digo que não és de todo assim.
És mais do que julgas, de uma fantasia não realizada a um sonho desperto em que não me quero deitar outra vez.
E demoras a chegar, demoras a ver o que ponho diante de ti. Pode ser que finjas não ver o que te quero dizer apenas para não teres de te confrontar com a possibilidade de estares errado. Mas gosto de acreditar que não és tão previsível e que segues sendo quem és porque te sentes inteiro.
Com as duas metades que a mim me continuam a escapar...por entre os dedos?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

What hobby are you? (quiz)



You Are Reading



You are an interesting mix of curious and relaxed. You have an insatiable hunger for knowledge.
However, you also seek comfort. It bothers you to travel too much and to be away from home.

That's why reading is the perfect hobby for you. You can explore the world from the comfort of your favorite chair.
You are comfortable with quiet and being alone. All you need is a good book to keep you company.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Constância

Não gosto de duvidar da constância dos outros.

Há sempre alturas em que duvidamos das nossas escolhas, mesmo daquelas já feitas há muito tempo atrás mas que hoje ainda têm as suas repercussões. Será que eu devia ter dito o que disse? Será que devia ter ficado do lado da outra pessoa? Será que valeu a pena desistir de uma coisa por aquilo? Será que tomei a atitude certa? Será que essa pessoa (ainda) o merece?
Na altura imediata há coisas que nos parecem certas e acertadas, não as poderíamos fazer de outra maneira. Mas o tempo passa e conseguimos eventualmente pôr tudo em perspectiva e repensar o que outrora parecia tão natural. O problema é que raramente há volta a dar nem que seja apenas porque o nosso mascarado orgulho nos impede de voltar atrás.
Como sempre há pessoas que contrariam a "regra". Pessoas que não se arrependem das decisões que tomam, que não voltariam atrás sequer se pudessem. São essas que possuem o tal mascarado orgulho que as impede de perceber a inconstância com que tratam assuntos considerados pela comum das gentes como sérios e sinceros.
Ninguém é perfeito.

sábado, 22 de janeiro de 2011

What if we could - Blue October

What if we could Put our lives on Hold
and meet somewhere inside of the world
I would meet you, Would you meet me?

On a park bench, On a skyscrape,
On a mountain
Oh yeah, whatever it takes.
I would meet you, Would you meet me?

I'm glad to say that we've met,
But I'm sad to say that the circumstances weren't
On our side.

So go on, Go on be your own,
Go on be your own star.

What if we could? Where would we go?
If it felt right Would you want me to know?
I would meet you, Would you meet me?

It's like a last chance For a first dance.
You're a sunrise Can't somehow exist.
I would meet you. Would you meet me?

I'm glad to say that we've met,
But I'm sad to say that the circumstances weren't
On our side.

So go on, Go on be your own,
Go on be your own star.
A superstar in my eyes, in my eyes.
Look in my eyes, Just look in my eyes.

What if we couldnPut our lives on Hold
and meet somewhere inside of the world?
I would meet you. Would you meet me?

God I would, God I would.
I would meet you. Would you meet me?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Os nossos amigos

Há coisas que não queremos que os nossos amigos sejam capazes de fazer ver e seriamos capazes de lhos fazer, não fosse o facto de por vezes a alternativa ser bastante pior. Casos em que a alternativa significa desilusão, a queda do pedestal em que muitas vezes os pomos.
Há alturas em que desculpamos toda e qualquer acção dos nossos amigos, talvez mesmo apenas para não nos desiludirmos: "Ah, deve ter-se esquecido", "Ah, estava magoado/a", "Ah, os seus problemas são mais graves", "Ah, não falou por mal", "Ah, não tem tempo", "Ah, se calhar a culpa foi minha"!

Mais tarde ou mais cedo chegamos a apercebermo-nos de que no fundo só nos temos a nós próprios. Apesar de isso não bastar, não significa estar totalmente só. Somos humanos, voláteis, erróneos, orgulhosos, sedentos de atenção e importância como os nossos amigos: trata-se apenas de um agilizar de prioridades, uma concertação nem sempre bem-sucedida.
Ninguém é mau por natureza, ninguém falha porque quer, ninguém se zanga de propósito. Os nossos amigos antes de serem uma extensão (pretensa) de nós mesmos, são apenas indíviduos como nós, com iguais sentimentos, emoções e palavras.
No fundo precisámos todos uns dos outros; digam o que disserem há pessoas capazes de nos mudar, de nos alterar o estado de espírito ou o nível de confiança e positivismo que possuímos: esses são os nossos amigos.
Inimigos? Esses não existem!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Waiting for the end - Linkin Park



This is not the end
This is not the beginning,
Just a voice like a riot
Rocking every revision-
But you listen to the tone
And the violent rhythm
Though the words sound steady
Something empty's within 'em.

We say Yeah!
With fists flying up in the air
Like we're holding onto something
That's invisible there,
'Cause we're living at the mercy of
The pain and the fear
Until we dead it, Forget it,
Let it all disappear.

Waiting for the end to come
Wishing I had strength to stand
This is not what I had planned
It's out of my control....


Flying at the speed of light
Thoughts were spinning in my head
So many things were left unsaid
It's hard to let you go...

I know what it takes to move on,
I know how it feels to lie,
All I wanna do
Is trade this life for something new
Holding on to what I haven't got


Sitting in an empty room
Trying to forget the past
This was never meant to last,
I wish it wasn't so...

What was left when that fire was gone?
I thought it felt right but that right was wrong
All caught up in the eye of the storm
And trying to figure out what it's like moving on
And i don't even know what kind of things I've said
My mouth kept moving and my mind went dead
So, picking up the pieces, now where to begin?
The hardest part of ending Is starting again!!