domingo, 27 de fevereiro de 2011

Barca

A minha vida é um barco abandonado à espera de águas mais calmas para poder ser livre. Já não espera pelo barqueiro, já desiludiu essa esperança de que tudo mais tarde acaba por dar sempre certo.
As águas continuam agitadas por uma turbulência que só a ti te interessa. Enquanto nos tiveres a todos abandonados ao largo da tua costa, sabes que não poderás ser egoísta ao ponto a que gostarias de ser. É apenas isso que me faz continuar à espera. Minto! Tenho faróis à distância que esperam apenas um sinal para me guiarem em busca de uma porto mais seguro, sem amarras, mas ignoro-os para já. Atrevo-me a permanecer aqui até que os ventos mudem ou uma nova maré surja finalmente.
Repugno aqueles ideais de sacrifício: soam apenas a mediocridade por serem a saída mais fácil e óbvia a seguir. Prefiro confiar no meu instinto quando ele me diz para continuar a tentar.

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