De
repente tudo descarrilou. Como se costuma dizer: um desastre nunca vem só.
Vemo-nos
obrigado a tomar decisões quer nos afetarão a longo prazo, somos obrigados a
tomar partido, a agir contra uns e a favor de outros. Somos impedidos de votar
em branco ou de levar tudo na desportiva e ter um voto nulo. Obrigam-nos a
encaixar, a fazer parte de uma das maiorias e a acarretar as consequências das
nossas ações.
Há quem diga que isto é crescer, há quem diga que é conformismo.
Eu surpreendentemente não tenho opinião formada sobre o assunto, reconheço que
ele existe mas sou sincera ao afirmar que só quando o vivencio percebo aquilo
de que os outros falavam; só quando posso realmente dizer que “sei o que isso
é” é que me consigo decidir.
Todos
somos influenciáveis, é apenas a questão de aparecer a pessoa certa para o
fazer. Não temos sempre opiniões formadas sobre tudo, somos muitas vezes
levados a optar por uma explicação, a seguir um caminho por deferência a
outrem; há exemplos aos milhares. Basta-nos por vezes conseguir acalmar a
própria consciência e arranjar uma justificação lógica para a decisão, mesmo
que não consigamos explicar o porquê aos outros, no nosso interior estamos
calmos e certos de ter feito a decisão acertada (quanto mais não seja pelo
historial dessa mesma explicação). Os números, as maiorias são importantes; daí
as sondagens que tantas vezes fazemos sub-repticiamente, disfarçadas de dúvidas
existenciais. É assim que se constroem amigos: pessoas que se parecem connosco
ou pessoas que têm as qualidades que tanto invejamos. Eu invejo pessoas que
sabem o que querem e que conseguem justificar as suas opiniões e decisões sem
serem demasiado racionais como eu.
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