sexta-feira, 1 de abril de 2011

Renovação

Tudo se renova, talvez por não me conhecer totalmente a fundo me surpreenda constantemente. Surpreende-me a minha ingenuidade, a minha falta de atenção e perspicácia. Há coisas que estão mesmo à minha frente mas que eu teimo em não ver.

Tenho limites e limitações que me impedem de questionar os outros acerca do que realmente me interessa.
Podem ser chamadas de revelações, não que aconteçam necessariamente da maneira mais tradicional: como se fizesse de repente luz; mas surgem quando menos as espero. São claras como a água e espanto-me de nunca antes ter reparado nelas de tão claras que são. E depois existem as já costumeiras dúvidas, questões que se levantam do nada, que me apanham desprevenida e sem resposta rápida e letal como é de costume. (Des)Aparecem também as (des)ilusões com coisas e pessoas outrora tão óbvias e tidas como dados adquiridos que tomam por assalto e contrariam.

Estou desprotegida, não possuo um escudo mental que me permita fingir ou esconder o que me aterra. O meu coração manda e desmanda numa mente que infelizmente não lhe obedece. O meu problema é essencialmente mental como já puderam observar e resulta em complicações com efeitos nocivos para a minha interacção social e interior. Esta semana ja me chamaram de tímida, já me disseram que tenho um olhar que assusta de tão recriminador que pode ser, já me elogiaram a paciência e a inteligência e, erroneamente, a memória; já criticaram alguém que me é essencial mas não me recriminaram por isso; já desiludi por certo alguém e fui desiludida...um ciclo senão vicioso, no mínimo repetitivo! A reacção tende a ser sempre a mesma, um reflexo condicionado: um sorriso esforçado, uma gargalhada sincera ou um afastar da zona de explosão. Já tive mais dificuldades em deixar certas coisas de lado, em fugir aos meus pensamentos; agora deixo-me guiar sobretudo pelo que tem de ser e não pelo que quero que seja... Será isto crescer, perder sensibilidade ou um mecanismo de defesa, uma procrastinação? Fica mais esta questão no ar!

1 comentário:

Lu disse...

Crescer é aprender que à coisas que por muito que vejamos os olhos e torçamos para que aconteçam de certo modo elas não cedem - crescer é,assim, perder a ignorância (mas nn a ingenuidade); crescer é entender que se algo vai mudar é porque vamos fazer por isso - crescer é investir no que se ama ou simplesmente relevar.