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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Vazio e Cinzento

Está tudo mais vazio e cinzento desde que te foste. Tudo aquilo que eras, o bom e o mau já não existe; ou melhor, existe mas apenas como uma memória que não pode ser revivida.
Nós valemos por aquilo que fomos mas também por aquilo que podemos vir a ser. Tu já não serás nada. E dói saber que ambos acreditamos nisso: que nunca mais nada voltará a ser. Tu nunca mais serás tu e eu nunca mais te terei suficientemente perto para ser eu outra vez. A vontade de pedir ao tempo para voltar atrás é imensa mas, sejamos realistas, que teríamos feito de diferente? Qual foi afinal o momento passado que ditou o que aconteceu, que criou este presente vazio e cinzento? Sinto a tua falta em certos dias mais solitários e abandonados. Tu eras o meu ombro, conhecias os monstros debaixo da minha cama, eras a opinião sempre imparcial e por vezes fria, aquele que sem saber melhor me conhecia e previa. Quando recordo momentos em que realmente fui eu própria, tu és o denominador comum.
Tarde demais para intelectualizar e tentar arranjar um motivo por as coisas terem sido assim. Será que não estava nas minhas mãos, será que podia ter feito mais, ter tentado mais uma vez, ter fechado os olhos e seguido em frente? Será que é tarde demais e ninguém mais será capaz de preencher o que deixaste? Pode ser que um dia, num outro plano, nos voltemos a encontrar e tudo já tenha ficado para trás, a tábua esteja rasa de novo e sejamos nós outra vez. Entretanto, onde quer que estejas e onde quer que a vida te leve, estarei sempre a torcer por ti.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Primeiro passo

Sinto falta de ti, do teu amanhecer saudável no seio da minha mente impreterivelmente todas as manhãs durante todos os dias do ano. Bem me diziam que não era amor, era algo maior. Algo que superava todos os sentimentos terrenos e falíveis, algo que ultrapassava todos os limites de tempo ou espaço e apenas existia.
Sinto a tua falta, como nunca pensei vir a sentir, nunca esperei que nos falhássemos, que alguma vez nos encontraríamos em sentidos opostos, em direções distintas sem nos cruzarmos. Mas a estrada ainda é longa, espero, e ainda posso ansiar encontrar-te numa qualquer esquina da vida, mesmo que por agora sejas apenas um desejo projetado numa folha de papel. Há de chegar o dia em que esta minha procura ansiosa por algo mais me leve a ti e desta vez no vou deixar que me escapes por entre os dedos ou que me deixes para trás. Não, vou antes estar sempre um passo mais à frente na esperança de que nenhuma palavra ou ação impensada me afaste de ti.
Vou lutar e começar já a construir o caminho qu me leve até à descoberta daquele algo mais que sei merecer.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Hoje

Hoje percebi finalmente várias coisas que até então não faziam sentido na minha cabeça.
Percebi finalmente por que algumas discussões que tive e alguns pontos de vista que defendi não eram os únicos a serem os corretos. Percebi finalmente certas opiniões e ditames que nunca pensei vir a entender. Percebi por que me senti na pele de um estranho e pude finalmente pensar para além daquilo que e daquilo em que acredito...forcei mais um bocadinho os limites da minha mente, deixei de ser tão eu por completo e vi as coisas por outro ângulo. 
Percebo agora algumas pessoas que ferozmente defendiam o que acreditavam; percebi no fundo, que sentir as coisas ao limite, que viver as coisas em demasia, dá outra perspectiva; senti que o peso de tudo aquilo por que somos mais ou menos responsáveis acarreta... leva-nos a conclusões qa que nunca pensaríamos chegar. Não estou feliz por hoje ter (re)descoberto isso, por hoje ter uma diferente opinião da que tinha ontem; aliás, continuo a achar que a minha opinião vespertina é a mais correta e o que hoje sei mais não é que o fruto de exagerado apego emocional momentâneo (espero!) que me levou a não ser tão eu pelo menos por Hoje. 
Por isso desculpem-me todos aqueles que não percebem o meu eu de Hoje e mais ainda aqueles que nunca perceberam o meu eu de Ontem, o verdadeiro. Mas Hoje não estou em nenhum tribunal fictício, hoje dei-me permissão a mim mesma para ser o melhor ou o pior que posso ser, para pensar "fora da caixa", sem reservas de qualquer tipo. Apesar de não parecer neste exato momento, acredito que Hoje cresci mais um bocadinho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tempestade

Pensei que já estava tudo ultrapassado, que as nuvens que nos seguiam constantemente desde longe já tinham chovido tudo o que tinham para chover, que  as árvores não davam mais frutos sedentos de desgraça. Equivoquei-me, Mea Culpa. Afinal, a tempestade só tinha amainado, as nuvens estavam a encontrar-se secretamente prontas a dar um golpe assim que as circunstâncias o permitissem. E assim foi. E agora? Agora resta esperar que depois da tempestade venha a bonança, mesmo depois de tudo aquilo que se perdeu.
Será que vamos sobreviver como se nada fosse ou já nada mais será o mesmo como se o feitiço se tivesse quebrado? Vemo-nos obrigados a reviver o passado, a pensar nas lições que já deviamos ter aprendido e os erros que já podiamos ter corrigido; mas o homem é um ser falível; precisa de decepção e do sofrimento para se sentir vivo e sobreviver. E depois há homens que preferem viver como uma ilha.

domingo, 23 de junho de 2013

Arrependimento IV

Sinto que outrora ocupaste um vazio que continua à espera de ser preenchido. Sinto que te escapaste com algo que me pertence, algo que me ajudaste a construir mas que pareces ter reclamado como teu. Sinto que parte de mim se tem vindo a perder com a distância e que já não volta sem que regresses tu também.
Encontrar o culpado já não é algo que me interesse; já me cansei de procurar razões e investigar as variáveis; agora já só me interessam as respostas. Depois de tantas mudanças, avanços e recuos, essas respostas que procuro já não são tão óbvias, simples e já não estão tão seguras do próprio sucesso: já não dependem delas mesmas.

Ainda não sei como seguir em frente, continuo a viver e a percorrer o caminho que me ditaste seguir, mesmo sem saberes. Continuo sem perceber o que hoje é verdade e o que é potencial, o que se pode vir a tornar real, sem ter presente as distâncias ou perdas de identidade que vão ficando pelo caminho.
Mas quando perceber, quando conseguir ultrapassar todos os limites que me reconhecias e, assim, obter as direções que me faltam para voltar a ti, vais saber.

Serás o primeiro a saber.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Arrependimento III

Usei demasiado a razão, segui demasiado os ditames da minha mente e ignorei todos os clichés, todos os caminhos mais óbvios a seguir. E, por momentos, quase não me reconheci; transformei-me numa pessoa volátil e desesperada por um pouco de luz para florescer, tornei-me dependente dos fatores do meio onde me inseria. E, então, deixei que partisses.
Deixei-te ir demasiado cedo, permiti que te afastasses e partisses buscando novos horizontes. Deixei-te ir antes de finalizar o meu projeto, antes de atingir os meus objetivos.
E agora arrependo-me. Arrependo-me de não ter sido mais forte, de não ter tido a certeza de que precisava para finalmente avançar e te obrigar a ouvir-me. Arrependo-me de não ter sabido olhar mais além, pensar a longo prazo; de não ter planeado melhor os passos que dei, de não te ter conseguido manter aqui, perto.
Agora, vejo-te à distância e sinto-me perdida.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Arrependimento II


Não devia ter confiado em quem confiei, e deixado em mãos alheias decisões que me cabiam a mim tomar. Fui débil e dependente e deixei-me influenciar. Não soube confiar na nova capacidade de reflexão que me trouxeste, na confiança que me tinhas, para poder perceber o que realmente se passava.

Não devia ter deixado o tempo passar e arrastar com ele as palavras que ficaram por dizer e os gestos que existiam apenas numa realidade alternativa. Esse tempo que te afastou cada vez mais de mim e da vida que nos fez mais próximos num momento em que nem sabia que te esperava.

Não devia ter confundido quem eu era com aquilo em que por tempos me transformei. Devia ter cortado com o passado e com as lições que dele aprendi e começar do zero, não te ver como um exemplo do que sempre imaginei que serias quando finalmente chegasses, mas apenas como alguém que chegava para ficar.
Devia ter tido prioridades: devia ter sido eu o centro da discussão, o ponto fulcral de todas as decisões, o cerne de todas as questões, o critério de desempate, a pessoa que fizesse a diferença.

Mas não foi assim. 

sábado, 23 de março de 2013

Arrependimento I

Devia ter aproveitado quando te tinha mais perto.
Quando tudo estava mais claro e propício à descoberta de novos sentimentos e novas direções a seguir. Quando éramos mais do que somos hoje e tudo era potencial. Devia ter-me aproximado mais do teu outro lado, aquele que deixas controlado e escondes à primeira vista, e ter aprendido a desistir a tempo. Devia ter aprendido a saber quando me afastar, quando te deixar seguir o teu próprio caminho e esperar o teu regresso.
Devia, então, ter-te entendido melhor e não medir e pesar tudo o que ficou por dizer. Devia ter esperado pelo momento certo para atacar, para te fazer ver que para além do hoje, há muito amanhã.
Quando eu era apenas uma pessoa em construção que, dia após dia, ajudaste a tomar corpo. Quando ajudaste a derrubar muros de pedra que impediam a visão de uma bela paisagem, de um horizonte que se estendia para além do imediato. Quando ajudaste a colocar um telhado sobre os escombros e as ruínas do que ficou para trás, para que a fúria dos elementos sobre mim não tivesse de ser sempre inevitável.
Devia ter conseguido separar o que queria, o que sonhara, daquilo que precisava; separar o irreal e fantástico do real e presente. Devia ter-te encarado como alguém falível e não colocar-te num pedestal sem mereceres, como alguém superior e infalível aos meus olhos. Devia ter percebido desde o primeiro momento que, como tantas outras vezes, o que me davas não era sempre sinónimo do que realmente podia exigir de ti.
Devia ter acreditado mais em mim.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Estudo sobre o desânimo

Será que o desânimo é contagiante? Será que não tem cura? Será ele um sentimento ou um estado de espírito? Algo que se tem ou que se está? Algo que aparece de mansinho sem se estar à espera, sem nos apercebermos e que, de repente, se manifesta na mais mínima das situações?
Será que tem sequer uma razão de ser, uma causa passível de ser estudada e uma maneira de descobrir a sua prevenção em detrimento do seu tratamento? Será que haverá sempre uma próxima e só nos resta esperar?
E quais são os seus sintomas? Confundir-se-ão com os da tristeza ou da deceção? Será que se aplica a diversas vertentes da vida ou se restringe a apenas um evento em concreto, aquele exato acontecimento que a provoca?
E como será que se cura? Será que é só esperar que passe ou convém fazer algo para alterar o estado das coisas? Pode ser que desapareça não por nossa vontade mas por vontade e influência de outrém?

As perguntas são mais e maiores do que as respostas que não surgem. Veremos como este desânimo presente se desenrola, evolui, para melhor se definir a sua caraterização e retirar as melhores das conclusões e, sobretudo, encontrar respostas para algumas das questões anteriormente dispostas.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Inspiração


A inspiração escapa-me.

Ela obriga-me a refletir mais do que o costume, a deitar amarras na minha mente e a biscar significados. Obriga-me a regressar ao passado, reviver situações e emoções na esperança de que ainda façam sentido, ainda estejam presentes.
Obriga-me a deixar-te ir, deixar-te fugir do lugar que por minha culpa ocupas e te recusas a abandonar. Obriga-me a abrir os horizontes, a pensar para lá dos limites. Obriga-me a interromper o curso do pensamento sempre que ele pareça desviar-se do seu objetivo. Obriga-me a fazer uso do condicional, a projetar fisicamente a minha vontade e impulsos.
Obriga-me a deixar de lado frases feitas, clichés e hábitos enraizados na minha escrita. Obriga-me a procurar novos termos e temas e novos rumos para o meu discurso.

Mas, e apesar de todas estas obrigações, de todos os caminhos que me obriga a percorrer, a inspiração continua a escapar-me, de mansinho, por entre as garras da minha mente.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Conto de fadas

Desesperado, arrancado ao tempo que possuis de sobra; vejo-te chegar ao local de sempre. Observo a correria dos teus passos a fazerem frente ao tempo que ainda te resta.
Assoma a vontade de fugir ao encontro, ao inevitável, mas algo mais forte se avizinha: o desejo de ter-te nas imediações da minha alma. Pertences ao meu mundo de faz-de-conta e, nele, representas o papel principal em todas as histórias. Sabes ser o mau da fita quando só eu posso ser a heroína e sabes ser a minha fada-madrinha, a mais desinteressada das personagens quando nada mais te é pedido. Foi numa dessas histórias que nos encontramos da primeira vez, sem saber que desde então todas as minhas histórias seriam também tuas.
Nunca houve um tempo certo para nós dois, parece que nunca paramos tempo suficiente à frente um do outro para nos darmos uma oportunidade. Continuar foi a única opção viável, mas sempre que nos reencontramos voltamos atrás, retrocedemos alguns passos. Voltamos a ser os ingénuos que um dia fomos, voltamos a acreditar que é possível independentemente de tudo aquilo por que juntos passamos. É a nossa história que nos faz ser assim, que não nos deixa acreditar que podemos ser felizes juntos em vez de miseráveis separados.
Mas não vou desistir, vou continuar a teu lado, assistindo a todas as tuas vitórias e derrotas, às movimentações temporárias da tua vida; sabendo que um dia serei eu a única que permaneceu, que nunca desistiu de ti, a única que ocupa um lugar cativo e insubstituível na tua vida.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Desastre de encontros



Fiquei mais uma vez à tua espera no lugar de sempre. Mas ainda não chegaste. Sabes onde te espero, sempre que te preciso, sabes como lá chegar a todas as horas, conheces todos os atalhos, todos os cortes…não porque alguma vez tenhas aparecido para me consolar, conhece-los porque mos ouves recitar todas as noites na minha mente. Funcionam como uma prece na esperança de que um dia realmente me ouças e me precises como eu a ti.

Mas a realidade invade sempre os pensamentos, mesmo os mais altruístas e tu não apareces. Talvez não acredites que só tu realmente sabes onde te espero, não dei as direções a mais ninguém, tenho estado sempre sozinha aqui, à tua espera. Não deixei nada ao acaso: dei-te as instruções detalhadas, as coordenadas exatas de onde me encontro ainda agora esperando-te, não te deixei chave ou código algum; não preciso ter a certeza que és tu, já que não existe mais ninguém.
Ainda te espero, ainda não desisti de ver-te chegar. Não te trairei, não te trocarei mesmo que demores muito mais a chegar, só tu me poderás salvar.

Mas por que ainda não vieste ao meu encontro? Por que não seguiste os rastos que te deixei, por que não segues a trilha que todas as noites te traço na minha mente?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Saudade



“A saudade enlouquece, embriaga, faz o mundo todo ter uma só cara e nenhuma cura.”

Às vezes as saudades são tantas que até custa perceber. Custa demais relembrar momentos, imagens ou histórias, é mais fácil fingir esquecer nem que momentaneamente. É mais fácil não sentir vontade de chorar, não sentir que falta alguma coisa que já foi nossa mas que já não é.
A saudade não precisa de permissão para nos seguir, não pede licença para passar à frente de outros sentimentos na fila da nossa memória e do nosso coração: é uma mistura de racionalidade e emoção.
Por isso quando não resisto e me recordo de ti, a recordação é feliz, a lembrança é alegre e arranca-me um sorriso mesmo sem querer. Porque ao não lembrar constantemente reservo as recordações para um momento em que me apanhem desprevenida e a coisa seja mais espontânea e real. A saudade está presente em cada hiato.

sábado, 14 de abril de 2012

Eu: Razão Vs Coração IV

Demi Lovato - Skyscraper - www.SongsLover.co
Found at abmp3 search engine

Querido coração:

Parece que não te consigo evitar, estás em todo o lado e apesar de continuares a dar-me razões para desistir, a nostalgia abate-se sobre mim e tenho medo de nunca te encontrar um substituto. Há coisas que com o passar do tempo perdem o valor, há outras que como as pessoas se tornam por sua vez, o modo mais eficaz de combater essa perda. Mas por vezes não há substitutos e temos de jogar os noventa minutos com as nossas escolhas iniciais e a nossa tática de jogo, apesar de agora sabermos mais e queremos mais. 
Tudo em ti tem sido uma ponte na minha vida. Nunca quis que ocupasses grande parte do meu tamanho. Às vezes temos de ser nós a permitir cedências, a ir de encontro àquilo que queremos e precisamos. Por muito que eu queira não me fazes falta, não é de ti que eu preciso…mas será que tenho alternativa? Já te assumiste como a minha maior fraqueza há muito tempo mas posso dizer com certeza e alguma coragem que vais, gradualmente, perdendo o teu poder sobre mim. Nunca serás o suficiente. Eu devo, de agora em diante, ter o papel principal em todas as decisões tomadas. 

Da tua razão

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu: Razão Vs Coração III

Sara Bareilles - Gravity
Found at abmp3 search engine


Querido coração:

Desisti de ti. Não vou mais ficar à espera que me percebas e me dês aquilo que sempre tomei como certo da tua parte. Não sabes ser justo, não sabes trabalhar em conjunto. Sempre respondes às minhas demandas com o máximo que me podes dar, mas isso apenas já não é o suficiente. Quero mais. Quero deixar de recorrer a ti por uma questão de hábito provocada por exemplos passados bem-sucedidos. Não me interessa o que já foi, o que já significaste, o que me deste; interessa o hoje e o agora em que já não és o mesmo. Dou-te demasiado valor às vezes, talvez até te exija demais mas gostava que me desses tudo aquilo que eu estaria disposta a dar-te. Como eu gostaria de voltar atrás e não precipitar as coisas, nunca te ter posto nesse tão alto patamar que não te permite senão descer. Exigi demasiado de ti talvez, esperei que me desses sempre as respostas que precisava na esperança que me pedisses o mesmo a mim – estava disposta a dar-to – mas nunca conseguimos ser iguais… Tu sempre foste o mais importante, o indispensável, ao contrário de mim. Mas isso muda agora. Quero a minha liberdade de escolha de volta, por muito limitada que ela possa ser sem ti. Vou tentar seguir em frente deixando-te no caminho. Sei que vou continuar a olhar para trás e a desejar regressar àqueles inícios em que tudo entre nós era tão mais simples, mas é isso que me vai fazer seguir em frente: pensar que as coisas já não são assim e que eu mereço que me vejam, me deem e me peçam tudo em porções equitativas. Nenhum de nós deve ter vantagem sobre o outro, o jogo deve ser justo e imparcial; apenas já não quero mais do mesmo. Quero mais.


Da tua razão

sábado, 31 de dezembro de 2011

Balanço - 2011


Chega então a temida altura do ano em que independentemente da inspiração estar ou não presente, há que fazer o balanço do que se passou durante um ano inteiro. Com a memória que eu tenho, um balanço nunca será completo, claro, mas este é mais um ano em que vou tentar o meu melhor como tenho feito nos últimos três.

2011 foi um ano de decisões. E isso resume tudo! Acabou uma etapa e iniciou-se outra, com muitas (in)decisões pelo meio, claro!. Todos defendemos o direito a decidir, detestamos quando isso se nos é tirado, mas depois quando apenas nós mesmos podemos tomar uma decisão que afetará as nossas vidas, sentimos a necessidade de conselhos ou que outro alguém tome a decisão por nós…é muita responsabilidade. Mas as decisões foram tomadas e se foram as melhores ou não, ainda está a ser auferido. Mas agora não se pode voltar atrás.
Sendo um ano de decisões, foi também um ano de mudanças. Infelizmente ainda não sei dizer se as mudanças foram para melhor ou para pior, depende sempre do ponto de vista ou dos aspetos a que me possa referir. Mas houve mudanças radicais nos mundos em que circulo: círculo de amizades incluído. Eu não mudei assim tanto, talvez apenas tenha começado a (sobre)viver mais e melhor: a relativizar mais, a deixar de parte aquilo que me faz confusão ou que me faz sofrer ou duvidar de mim mesma, dei alguns passos em frente. Tornei-me mais independente, aceito a “solidão” com maior abertura.
Foi um ano de vitórias e derrotas para a iPUM: primeira digressão por terras europeias, primeira vez na Latada e no 1º de dezembro…começamos a ser reconhecidos indoors. Derrotas porque muita coisa mudou em um ano, muitas saídas e entradas, a habitual renovação que acaba por deixar sempre as suas marcas.
Em termos profissionais posso afirmar que gosto de ensinar (o meu sonho de criança de ser professora de inglês afinal tinha algum fundamento) mas sinto uma vontade tremenda, aliás uma necessidade, de traduzir. Talvez por isso me tenha associado ao Projeto Revisoras Traduções. O mesmo é dizer que ando a ler mesmo muito e ando cada vez mais viciada em finais felizes (mesmo que demore a chegar lá como nas minhas novelas mexicanas ou estadounidenses).
Em suma, nada de grandes mudanças nem de grandes avanços, apenas uma evolução gradual e normal em direção à “realização”. (De referir apenas que continuo a não apoiar o Novo Acordo Ortográfico, mas rendi-me às evidências e comecei a usá-lo).

Que tenham um bom ano de 2012, espero que vos traga todas as respostas que procuraram durante este ano que se finda e obviamente que 2012 seja bem melhor que 2011! Até para o ano.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

À noite


Estranhamente à noite é pior. Sinto mais a tua falta, penso mais no que poderia ter sido mas nunca foi e no que poderá ser amanhã quando um novo sol raiar, consoante o que eu decidir hoje.
Não consigo arranjar bons conselhos, boas razões para seguir este ou aquele caminho, terei de esperar pelo momento certo para estupidamente fazer uma escolha a quente, sob pressão.
É a noite que nunca te deixa partir. Parece querer aproveitar mais uns momentos contigo antes de se despedir por agora. Ela compete comigo, trava uma batalha desigual com a vitória assegurada; não conheço as suas armas mas ela conhece a minha única forma de te fazer importar: o fingimento. Nunca a deixei vencer sem luta, nunca desisti; ela sempre saiu vencedora por mérito próprio, mas creio que chegou a noite derradeira, aquela que me fará desistir; a quem entregarei os pontos até aqui conquistados e partirei sem os despojos a que teria direito. Seria, no entanto, uma mudança tão drástica que nem mesmo a própria noite perceberia o porquê, nem eu lho saberia explicar…venceste!
Ah, noite malvada que me deixas desperta sem ter para onde fugir, que me deixas de costas voltadas para o amanhã e refugiada naquilo que são pensamentos outrora demasiado racionais. Não te devia ser permitido seguir livre cometendo todos os crimes que de boa vontade perpétuas pelas nossas consciências. Sei de um planeta onde o sol te suplanta, onde duras apenas um décimo, onde quase não és relevante; planeio mudar-me para lá mas nem isso posso fazer sem a tua permissão.
Dizem-me que ages sozinha, que não és um fantoche nas mãos do mundo, se assim for por que então te comportas como se tudo o resto fosse irrelevante perante os teus morosos trabalhos de desconstrução de um fingimento, uma negação que durou dias a criar?
Não aceitas requerimentos por escrito, nem sequer me ouves quando pela minha imaginação te peço para adiar o nosso encontro. Não te sei influenciar, segues as tuas próprias regras e não me concedes nenhuma liberdade sumária. Não sei porque ainda sinto que te devo algo, que preciso que me envolvas no teu manto de escuridão e esquecimento e me ajudes a moldar aquilo que serei amanhã durante o dia até que me venhas visitar outra vez sempre sensivelmente doze horas depois da visita anterior.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Desastre de influências



De repente tudo descarrilou. Como se costuma dizer: um desastre nunca vem só.
Vemo-nos obrigado a tomar decisões quer nos afetarão a longo prazo, somos obrigados a tomar partido, a agir contra uns e a favor de outros. Somos impedidos de votar em branco ou de levar tudo na desportiva e ter um voto nulo. Obrigam-nos a encaixar, a fazer parte de uma das maiorias e a acarretar as consequências das nossas ações. 


Há quem diga que isto é crescer, há quem diga que é conformismo. Eu surpreendentemente não tenho opinião formada sobre o assunto, reconheço que ele existe mas sou sincera ao afirmar que só quando o vivencio percebo aquilo de que os outros falavam; só quando posso realmente dizer que “sei o que isso é” é que me consigo decidir.
Todos somos influenciáveis, é apenas a questão de aparecer a pessoa certa para o fazer. Não temos sempre opiniões formadas sobre tudo, somos muitas vezes levados a optar por uma explicação, a seguir um caminho por deferência a outrem; há exemplos aos milhares. Basta-nos por vezes conseguir acalmar a própria consciência e arranjar uma justificação lógica para a decisão, mesmo que não consigamos explicar o porquê aos outros, no nosso interior estamos calmos e certos de ter feito a decisão acertada (quanto mais não seja pelo historial dessa mesma explicação). Os números, as maiorias são importantes; daí as sondagens que tantas vezes fazemos sub-repticiamente, disfarçadas de dúvidas existenciais. É assim que se constroem amigos: pessoas que se parecem connosco ou pessoas que têm as qualidades que tanto invejamos. Eu invejo pessoas que sabem o que querem e que conseguem justificar as suas opiniões e decisões sem serem demasiado racionais como eu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Desastre de vontades




Fomos ter os dois ao ponto de encontro marcado há anos atrás. Tu chegaste primeiro, sempre tiveste a consideração de não me fazer esperar. Decidimos tentar mais uma vez reconciliar as nossas tão diferentes opiniões. Chegados ao local marcado, demos o primeiro passo ao desculpar-mo-nos de antemão por qualquer eventualidade ocorrida durante o exercício sentimental.


Sempre esperamos demasiado, houve alturas em que projetámos um no outro os nossos ideais e saímos dececionados. Sempre deixámos isso para trás, sempre nos tentámos esquecer de tudo o que não funcionou, o que foi falhado, mas assim não pudemos aprender com os erros, não acumulamos experiências um do outro, apenas adiámos o inevitável confronto.
Com sentimento é mais caro, tudo sai mais caro no final das contas. Se não nos importássemos seria tudo muito mais simples, chegados a esta encruzilhada esperada, cada um seguiria o seu caminho desejando ao outro a felicidade tão almejada. Mas todo o conhecimento acumulado serviu pelo menos para, apesar de todos os percalços, aumentar o sentimento. A experiência serviu para extrapolar, para fazer analogias e melhorar em relação àqueles outros que não nós mesmos.
Antes deste confronto muitas foram as conversas que tivemos sozinhos, conversas que acabavam sempre da mesma maneira: na expetativa do próximo episódio e com a consciência de que as conversas não mudariam: fomos sempre os mesmos um com o outro. Ninguém nos pode acusar de falta de coerência ou de excesso de preocupação, sempre levamos as coisas na desportiva (é esta pelo menos a visão dos outros). Sempre corremos por diferentes percursos, sabem os outros qual o objetivo que queríamos atingir? Sempre nos carregamos um ao outro até à meta. Fazes-me falta.
Mas ao longo do caminho fomos desvirtuando tudo o que construímos a custo: queimámos pontes, criamos novos atalhos, arranjámos novos caminhos e destinos diferentes que nos afastaram muito mais que as normais circunstâncias da vida. Deixamos de andar lado a lado, os nossos objetivos já raramente se cruzam e se servem um do outro para se concretizarem.
O encontro há muito estava marcado, nunca tivemos dúvidas que este dia chegaria mas não estava preparada para o motivo que o despoletou: a distância não é fácil conciliar. Sem surpresas: nunca fomos especiais o suficiente para que a distância em nós não fizesse a sua habitual mossa.
Deixou de fazer sentido, desgastou, desvirtuou-se, mudou o suficiente para que o desastre ocorresse com o nosso consentimento. Dizes-me que não queres tentar outra vez, que não vale a pena, que no fim das contas mais tempo gasto apenas significaria que a razão sempre esteve do teu lado. A ilusão não vale a pena; anos depois o resultado foi, afinal, o esperado, o então vaticinado por nós mesmos.
Não encontramos ainda um substituto, ainda temos a mesma importância um para o outro, deixámos foi de saber o que fazer com essa importância: já não nos é útil, apenas nos aquece a alma de recordações e de saudade, não nos traz perspetivas de futuro. O nosso currículo não está suficientemente completo: talvez seja esse afinal o nosso problema…
Mas isto não é o fim; durará o tempo todo enquanto gostares de mim. 

domingo, 2 de outubro de 2011

Sem saída

Há coisas que nem vale a pena começar porque sabemos que nunca lhes daremos continuação. É triste e infrutífero ter esse nível de consciência, reconhecer os nossos limites, conhecermo-nos a esse ponto. 
É isso que muitas vezes retira o significado de pequenas vitórias, pequenos avanços que fazemos, pois sabemos que chegaremos a um ponto onde não poderemos, não seremos capazes de avançar mais. Há quem diga que o que conta é o caminho que se faz até chegar ao lugar almejado e não apenas chegar lá: a velha questão dos meios justificarem os fins? Mas às vezes perguntamo-nos por que nos esforçamos por viver coisas que nunca darão em nada, o porquê de nos esforçarmos por atingir algo que não terá as consequências desejadas, porquê começar uma estrada se sabemos nunca conseguir caminhar até ao fim? 
Não é pessimismo ou negativismo, é ter consciência do que se é e do pouco que os outros podem influenciar em certos casos em que cabe apenas a nós mesmos decidir se vale a pena continuar ou então terminar antes de chegar à encruzilhada que nos aguarda mais adiante.