in Sete SombrasO contrário da amizade não é tanto a inimizade mas a estranheza. Dois amigos perdem a amizade quando deixam de se reconhecer um ao outro; quando optam por caminhos diferentes, habitantes de um mundo já que não partilham. E mesmo que tais caminhos se cruzem, como pode sempre acontecer, elescontinuarão a ser distantes e irreconciliáveis. "Que havemos de nos tornar estranhos é a lei em cima de nós", escreve Nietzsche em A Gaia Ciência. "Pelo mesmo motivo, deveremos tornar-nos mais veneráveis um para o outro, e a memória da nossa amizade ainda mais sagrada". Este é um fragmento consolador no qual comecei a pensar quando me apercebi de que também tenho as minhas amizades antigas, alienadas, dependentes da mesma lei da Gaia Ciência. A consolação está em que eu também posso imaginar essas amizades perdidas como memórias ou estrelas que assiduamente me visitam. Deverei por isso respeitá-las.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Estrela
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Amizade I
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Sonhar
De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.
Fernando Pessoa
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
But for now XIII
I wanna be the place you call home.
I lay myself down
To make it so, but you don't want to know
I give much more
Than I'd ever ask for"
.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Colisão
E por que é que teimar nisto me interessa tanto?
Podíamos ter evitado a colisão, é certo. Se tivéssemos sabido desviar-nos, eu para a esquerda, ela para a direita. Ou se nem sequer nos tivéssemos cruzado naquele tempo e lugar. Mas nenhum de nós me pareceu um condutor experiente. Nenhum de nós conhecia propriamente as estradas. O piso molhado, o nevoeiro baixo, fizeram o resto. Não percebemos que o outro se aproximava. De repente, era tarde. in Sete Sombras
sábado, 26 de junho de 2010
Granizo
in Sete SombrasEstá tudo bem, eu e o meu amigo conversamos horas, rimos, celebramos, ouvimo-nos em voz baixa, descobrimos os nossos defeitos comuns. E de repente, a terminar a noite, uma frase fora do sítio, implacável, sinceridade a mais, sensibilidade a mais, cinzas que resolvem cair, o granizo da amizade.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O Amor é
Ferida que não dói,
a palavra que não precisa ser dita,
um olhar suspenso dos teus olhos,
respirar o ar em que respiras,
dizer o teu nome
e ouvir nele a tua voz,
esperar-te em cada instante
em que sei que me esperas,
dar-te a alegria que me dás,
ver-te chegar num eco de ave,
e deixar que me prendas
com o teu gesto mais suave,
sentir-te, só, ao pé de mim,
e sentir-me tão só longe de ti,
saber que existes em mim
como sei que existo em ti,
a flor de fogo do teu corpo,
e beijar essa flor.
Nuno Júdice
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
As coisas mais simples
Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos.
O que é mais simples, como o amor,
ou o mais evidente dos sorrisos,
não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário,
ou se o acaso dos passos nos empurrou
para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras.
Nada do que se espera transforma o que somos
se não for isso: um desvio no olhar;
ou a mão que se demora no teu ombro,
forçando uma aproximação dos lábios.
Nuno Júdice
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Memories up to date III
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
But for now VI
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Um amigo meu
Também eu posso não saber inteiramente aquilo que sou, e os outros podem saber coisas sobre mim melhor daquilo que eu sei, embora pense que só posso ser eu a saber tudo aquilo que há para saber e viva como se soubesse. Mesmo me apercebendo disso, porém, não tenho outra escolha senão continuar a viver como se soubesse inteiramente aquilo que sou, embora de vez em quando me possa também esforçar só por adivinhar aquilo que os outros sabem que eu não chego a saber.
in Sete Sombras
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Declarações de amizade
A partir de quando transitamos da fase do conhecimento para a da amizade? O hábito de duas pessoas se verem ou serem vistas com frequência não pode ser suficiente. Será então quando as duas passam a agir intencionalmente como amigos? Mas como calcular essa intenção, essa espécie de agir performativo, como reconhecer os indícios da amizade? Nos contactos entre eles ou nos contactos com os outros?
No amor facilitamos o problema porque fazemos declarações. Mas ninguém faz declarações de amizade.
in Sete Sombras
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Amizades
Quando estamos apaixonados, a primeira das nossas inquietações é não termos certeza se vamos ser correspondidos. Se ao menos nos amarem tanto como nós dizemos que amamos, não haverá ressentimentos contra ninguém e o amor durará resistentemente o tempo todo. Quando somos amigos, a nossa dúvida mais profunda é se gostarão de nós com o mesmo grau de aceitação que estamos dispostos a partilhar. Se ao menos formos recebidos como queremos receber, se nos aceitarem na proporção do que nós aceitamos, poderemos ficar tranquilos que a amizade será uma experiência limpa e sem remorsos.
Na amizade e no amor, estamos sempre à espera que nos correspondam, que nos tragam o que ainda não temos, que satisfaçam os nossos desejos de reciprocidade.
in Sete Sombras
quarta-feira, 4 de março de 2009
Blue October - Balance Beam
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Estoicismo
Tu que não crês, nem amas, nem esperas,Espírito de eterna negação,Teu hálito gelou-me o coraçãoE destroçou-me da alma as primaveras...Atravessando regiões austeras,Cheias de noite e cava escuridão,Como num sonho mau, só oiço um não,Que eternamente ecoa entre as esferas...- Porque suspiras, porque te lamentas,Cobarde coração? Debalde intentasOpor à Sorte a queixa do egoísmo...Deixa aos tímidos, deixa aos sonhadoresA esperança vã, seus vãos fulgores...Sabe tu encarar sereno o abismo!Antero de Quental
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
No better and No worse
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
New Moon - quote
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Una sonrisa - Jesse y Joy
Otros dicen que cada segundo que pasa
lo tienes que disfrutar
como si ya no hubiera otro más.
Dicen que un mal momento
te hace más fuerte
Y otros dicen que no importa,
Que ese trago amargo pasará.
Sólo necesitas de una sonrisa
que pueda tu carga aligerar
y con la frente en alto caminar.
Sólo necesitas de una sonrisa
que pueda tu carga aligerar
y con la frente en alto caminar.
Dicen que hay días
en que cuestionas tu existencia.
Mientras que otros dicen:
Don't worry just be happy.
Pero yo te digo,
Es muy simples, es muy sencillo.
Ya lo verás,
Y es que no necesitas más...
Sólo necesitas de una sonrisa
que pueda tu carga aligerar
y con la frente en alto caminar.
Lo que tu necesitas
es una sonrisa que pueda tu carga aligerar
y con la frente en alto caminar.
Mira a tu alrededor,
Verás que hay un mundo mejor
que empieza por ti.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Cartas a um jovem poeta
"É tão novo, está tão no princípio, que eu gostava de pedir-lhe, caro senhor, que seja paciente quanto a tudo o que está ainda por resolver no seu coração e que tenha amor às próprias interrogações como se fossem salas fechadas e livros escritos numa língua muito
estranha. Não indague das respostas que não lhe podem ser dadas porque não as poderia viver. E trata-se de viver tudo. Para já, viva as questões. Talvez viva então a pouco e pouco, sem se dar conta, e um belo dia ainda distante chegue à resposta."
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
miry wilds...
"... it is madness in all women to let a secret love kindle within them, which, if unreturned and unknown, must devour the life that feeds it; and, if discovered and responded to, must lead, (...), into miry wilds whence there is no extrication"