domingo, 1 de maio de 2011

Inquérito

Estou dividida. Há ja muito tempo que perdi a capacidade de saber discernir uma mentira de uma meia verdade: simplesmente não tenho tempo para isso. É certo que por vezes é pela força do hábito (não porque sejamos grandes actores) mas mesmo nós não sabemos quando falamos sinceramente ou quando mentimos para nós próprios...E em relação aos outros as coisas só podem ser ainda mais complicadas.
Ouço tanta coisa! Não, nao sou vítima de uma míriade de sermões, nem sou um ombro amigo por excelência, nem alguém em quem se tenha uma confiança cega (talvez porque não ofereça o suficiente), mas mesmo assim as amostras foram tantas que confundem o inquérito. A margem de erro é bem visível.
Quando se trata de amizade, uma decisão apoiada em dados estatísticos com uma elevada margem de erro pode ser fatal.
Como saber ver a verdade na mentira? É sempre uma questão de confiança! Confiança em nós mesmos, nos nossos instintos? Confiança cega num amigo e por consequência desilusão no outro?
O ideal, o que é suposto é sermos nós o elo de ligação entre os nossos amigos, a coisa importante que os une, o denominador comum, o elo de confiança...Mas valemos todos o mesmo! Ou seja, se um dos elos quebra, todos os outros ficam mais frágeis. Basta perdermos a confiança numa pessoa, numa situação, para aprendermos a questionar todas as outras, com ou sem fundamento racional.
É difícil decidir o que fazer com os dados recolhidos neste inquérito feito a uma suficientemente vasta amostra de população, de modo a ter uma elevada margem de erro. Partilho e abro a discussão, dando o meu parecer oficial? Ou fico-me pelo que sei e continuo a não me importar e a deixar que novos inquéritos (esperançosamente com uma menor margem de erro) se sucedam?

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