Sinto que outrora
ocupaste um vazio que continua à espera de ser preenchido. Sinto que te escapaste com algo que me pertence, algo que me ajudaste a
construir mas que pareces ter reclamado como teu. Sinto que parte de mim se
tem vindo a perder com a distância e que já não volta sem que regresses tu
também.
Encontrar o culpado
já não é algo que me interesse; já me cansei de procurar razões e investigar as
variáveis; agora já só me interessam as respostas. Depois de tantas mudanças,
avanços e recuos, essas respostas que procuro já não são tão óbvias, simples e
já não estão tão seguras do próprio sucesso: já não dependem delas mesmas.
Ainda não sei como
seguir em frente, continuo a viver e a percorrer o caminho que me ditaste
seguir, mesmo sem saberes. Continuo sem perceber o que hoje é verdade e o que é
potencial, o que se pode vir a tornar real, sem ter presente as distâncias ou
perdas de identidade que vão ficando pelo caminho.
Mas
quando perceber, quando conseguir ultrapassar todos os limites que me
reconhecias e, assim, obter as direções que me faltam para voltar a ti, vais
saber.
Serás
o primeiro a saber.
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