Assoma
a vontade de fugir ao encontro, ao inevitável, mas algo mais forte se avizinha:
o desejo de ter-te nas imediações da minha alma. Pertences ao meu mundo de
faz-de-conta e, nele, representas o papel principal em todas as histórias. Sabes
ser o mau da fita quando só eu posso ser a heroína e sabes ser a minha
fada-madrinha, a mais desinteressada das personagens quando nada mais te é
pedido. Foi
numa dessas histórias que nos encontramos da primeira vez, sem saber que desde
então todas as minhas histórias seriam também tuas.
Nunca
houve um tempo certo para nós dois, parece que nunca paramos tempo suficiente à
frente um do outro para nos darmos uma oportunidade. Continuar foi a única opção
viável, mas sempre que nos reencontramos voltamos atrás, retrocedemos alguns passos. Voltamos a
ser os ingénuos que um dia fomos, voltamos a acreditar que é possível
independentemente de tudo aquilo por que juntos passamos. É
a nossa história que nos faz ser assim, que não nos deixa acreditar que podemos
ser felizes juntos em vez de miseráveis separados.
Mas
não vou desistir, vou continuar a teu lado, assistindo a todas as tuas vitórias
e derrotas, às movimentações temporárias da tua vida; sabendo que um dia serei
eu a única que permaneceu, que nunca desistiu de ti, a única que ocupa um lugar
cativo e insubstituível na tua vida.
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