Inês não era feliz, tinha os seus momentos. Estava muitas vezes bem mas nunca as suficientes.
Pensou, ao encontrar Pedro, que seria aquele o momento para ser feliz, iludiu-se ao pensar que a partir daquele momento tudo seria melhor na sua vida. Ela teria um papel a desempenhar na vida de alguém, a sua presença ou ausência influenciarão o estado de espírito de outra pessoa.
Claro que ela teria de lutar por ele e de o fazer ver o quanto ela lhe fazia falta, era altura de lhe demonstrar todas as suas qualidades. Eram, no entanto, os seus defeitos os maiores traços da sua personalidade e Inês não abdicou deles. Pedro passou a conhecê-la, se não totalmente, pelo menos em diversos ângulos. E ela temia que isso tivesse sido demais para os dois.
Na sua cabeça as expectativas eram já muitas, a vontade aguçava-lhe os sentidos e a sua capacidade de análise foi estendida ao máximo, ao pormenor. O sentimento cresceu, era já doentio…seria o amor de que tanto tinha ouvido falar e que julgava já ter vivido? Ela não sabia ainda responder a essa pergunta, mas fazia-a a si mesma várias vezes, não aos outros. Se fosse amor seria assustador mas se não fosse era ainda pior, mais uma ilusão sem futuro. Mais uma razão para viver e acordar todos os dias e sair de casa, uma razão para estar alegre, uma razão para chorar, uma coisa por que ansiar, desejar e lutar. Mas não passaria de uma ilusão e ela sabê-lo-ia com certeza.
A indefinição não é agradável mas pelo menos não é uma garantia de que o que acontecerá será necessariamente mau, que não nos levará a lado algum. Enquanto há ilusão há esperança.
n.r.: Personagens e conteúdos meramente fictícios
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