quinta-feira, 4 de junho de 2009

Controlo

Acercam-se do vazio mais íntimo
a três passos do derradeiro final
as minhas causas e razões condicionais.
Pressenti-as chegar de mansinho,
lentamente, 
com um querer emprestado
à vida que não controla e desmanda.
Saias rodadas, lapelas preenchidas:
imagens temidas no julgamento final.
As causas afastam-se da razão
o controlo é mínimo e apertado;
 suficiente.

Invade-me a calma aparente, 
peço
a quem já deixou de me escutar.
Já nada mais se pode acercar da ilusão
desvaneceu-se da realidade sonhada.

Não há saídas isentas de culpas
desprendidas de ultimatos,
palavras refreadas de bem-querer e solidão.
Restam duas impacientes lágrimas
sem hora marcada para partir.
Lágrimas presas no interior de onde me encontro:
a noroeste de ti
a sudeste de mim.


(Numa fase em que nada sei, em que não encontro respostas para nada porque não sei que perguntas fazer..."perto de perder o controlo"!)

1 comentário:

Lu disse...

Todos os dias perdemos o controlo de nós...ora seja por uma palvra que escapou ou por algo que não fizemos. Não somos autómatos e mesmo se fossemos quem sabe, se ao nos aproximarmos de uma tecno-sensibilidade, nos descontrolariamos um pouco todas as 24h?