Resposta

"As emoções são muitas vezes nuvens cinzentas num céu que se desejaria limpo."

É um facto que, às vezes, a amizade é complicada, que gostamos mais de uns do que de outros, que podemos ter as prioridades trocadas. E, todos sabemos isso, todos o sentimos na pele, mais tarde ou mais cedo, todos sabemos bem o significado das nossas acções e palavras, mesmo que elas nos acabem por magoar a nós e aos outros.
Ninguém é perfeito. Não podemos esperar apenas gestos nobres dos outros, temos de contar sempre com actos mais egoístas e com injustiças, afinal, também nós os praticamos. Mas o que nos acontece a nós é sempre o que temos mais presente, é o que, sinceramente, nos importa. E tem de haver equilíbrio, temos de o encontrar.

Às vezes perco o meu equilíbrio e custa-me voltar a encontrá-lo, dependo muitas vezes em demasia dos outros para isso. Aqueles que se importam aproximam-se e aconselham-me com a melhor das intenções e depois exasperam quando se apercebem de que a minha mente é muito mais complexa do que isso. E a culpa é minha.

Por muito que demos, nem sempre recebemos algo em troca. E dar sem receber é do mais altruísta que há; mas ninguém é sempre altruísta a esse ponto. Talvez eu espere demasiado dos outros ou não lhes saiba dar o que realmente precisam, não sei. Talvez ande apenas confusa e descarregue naquilo que não devo. Ando rodeada de sentimentos estranhos, que variam e se transformam e que concorrem todos para um mesmo fim - uma dependência tal não pode ser sempre saudável. Mas é o que sentimos pelos outros que nos traz a recompensa, que nos dá o tal retorno; pouco interessa se nos merecem ou não, a amizade tem também momentos menos racionais. E... "há muitas maneiras diferentes de gostar de alguém".

Não pretendo defender ninguém, nem mesmo a mim mesma, como de costume. As coisas são o que são até que as queiramos/consigamos mudar. A felicidade está sempre ao virar da esquina...