quinta-feira, 7 de maio de 2009

Purgatório


Palavras infernais ditas ao acordar de um torpor,
num beber de mágoas e ressentimentos sadios.

Projectos sem nome largados na sombra de algo maior;
Promessas que se perdem no vazio animal
dos dias de quem já nada espera e nada esquece;
Vidas cruzadas interrompidas por
uma ultrapassagem feita à revelia das leis,
das justas leis que nos uniram por capricho e desespero;
Noites de vígilia constante na esperança
de um acordar de consciência tardio mas eficaz.

O tempo cura tudo mas demora a chegar:
escusas magnânimes de um monarca de ilusão
acorrentado a pormenores fugídios.

1 comentário:

Lu disse...

lindo! Mas "escusas" é espanhol, né?