A nossa mente prega-nos as mais diversas partidas, é um facto comprovado. E, portanto, conseguir distinguir quando somos nós mesmos que nos estamos a tentar iludir de quando estamos apenas a ser analíticos sem sermos parciais parece quase impossível. Mas é provável que aconteça. Inês sabia-o e julgava-se preparada para lutar contra os seus próprios pensamentos quando tal fosse já inevitável.
Se dúvidas havia em relação ao que sentia por Pedro, rapidamente se dissipavam ao imaginar a sua existência sem a dele.Parece um clichê mas Inês, honestamente, já nao conseguia viver sem a ilusão que ele lhe transmitia. Bastava já um mero vislumbre quotidiano para a fazer crer mais e mais no futuro.
No entanto, havia sempre algo que a incomodava - o facto do sentimento que tinha por ele não ser impulsivo e emocional; era, pelo contrário, mais guiado pela razão. Inês não deixava de o viver com a intensidade merecida mas parecia-lhe difícil de transportá-lo para a realidade, fazer com que Pedro o sentisse nela. Tentar explicar todas estas dúvidas e hesitações a alguém parecia fora de questão, ninguém a perceberia. Quer dizer, talvez Pedro a percebesse.
n.r.: Personagens e conteúdos meramente fictícios
1 comentário:
Adorei! A ilusão por vezes tolda-nos o olhar. Acreditamos que aquilo que sonhamos é o que realmente queremos. Mas se tudo isto não passar de uma existência que nunca quisemos para nossa? Se ao olhar para o lado, ao termos a possibilidade de viver essa ilusão, compreendermos que nunca a desejamos verdadeira? Jinhos
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