segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Interesses

Ela desiste.
Curiosamente, os teus olhares não a incomodam já, preocupa-a mais o teu estado de espírito inconstante e perigoso. Tudo o resto é relativo, só a tua vontade impera. Não sente que seja saudável, que se encontre numa posição vantajosa ou confortável, trocaria contigo se pudesse.
Perde todas as oportunidades que lhe dás pois é-lhe díficil perceber como é suposto aproveitá-las. Não está habituada a que lhe ofereçam certos itens, nem mesmo a lutar por eles, nunca lhe parece valer apena. Mas passou a ser demasiado cuidadosa à tua volta e já nem se reconhece a si própria quando deixa a tua vontade imperar sobre a dela.
Mas então por que insistes em persegui-la mentalmente, em fazê-la crer que te importas mesmo quando o significado das tuas palavras a faz ver que nem tudo é como ela deseja? Já desistiu de se tentar perceber há muito tempo; quanto a ti, nunca sequer tentou fazê-lo, tal tarefa revelar-se-ia, por certo, infrutífera.
Não vale a pena tentar adivinhar, racionalizar tudo, antecipar o próximo pensamento ou as próximas lágrimas. Só lhe resta esperar que cheguem, que a invadam e que, por fim, a abandonem para que tudo comece de novo.
Ela desiste.

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