quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.
Um deles, tinha de se sentar na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluídos circulassem nos pulmões. A sua cama estava à beira da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.
Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, de onde tinham passado as férias...
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado comecou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.
A janela contava o homem,dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as criancas brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados que caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris.Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.
Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinario pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile, que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retractava através de palavras bastante descritivas.
Dias e semanas passaram.
Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto, trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela.
A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforco e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal...., para.....uma parede de tijolo! O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".
Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é redobrada.

1 comentário:

Geek101 disse...

É uma história maravilhosa, gostava que houvesse mais gente assim.