domingo, 21 de março de 2010

Largar o que há em vão

Tenho o teu abraço cheio
com a solidão no meio que não deixa abraçar.
Tenho o teu olhar presente e o desenhar do movimento
do teu corpo a chegar.
Tenho o teu riso sentado e o mistério do teu lado
que preciso desprender.
Tenho o corpo a correr, tenho a noite a trespassar,
tenho medo de te ver.
É perigoso este perfume e a memória do teu nome,
é de fogo o que nos une.
Tenho espaço indeciso, dá-me mais porque preciso,
mais um sopro do que tens.

Mesmo longe caem rosas como pedras preciosas
que confundem a razão.
O mistério do teu lado entre o certo e o errado,
bem e mal: discussão.
Volta o teu abraço cheio com o coração no meio,
volto eu a disparar.
Não percebo o que é que queres, diz-me tu o que preferes:
ir embora ou ficar?
Este espaço intermédio entre a paz e o assédio
não nos deixa evoluir.
Não é amor nem fogo posto, é amar sem ser suposto,
é difícil resistir.

Meu amor esta vontade, meu amor se é verdade,
meu amor se queres saber
Abre espaço no que é teu, vou-te dar o que é meu
Deixa andar, deixa ser.


Tiago Bettencourt

1 comentário:

Helena Santos disse...

é genial,este homem é genial!!

e tenho dito!