Fiquei mais uma vez à
tua espera no lugar de sempre. Mas ainda não chegaste. Sabes onde te espero,
sempre que te preciso, sabes como lá chegar a todas as horas, conheces todos os
atalhos, todos os cortes…não porque alguma vez tenhas aparecido para me
consolar, conhece-los porque mos ouves recitar todas as noites na minha mente.
Funcionam como uma prece na esperança de que um dia realmente me ouças e me
precises como eu a ti.
Mas a realidade
invade sempre os pensamentos, mesmo os mais altruístas e tu não apareces. Talvez
não acredites que só tu realmente sabes onde te espero, não dei as direções a
mais ninguém, tenho estado sempre sozinha aqui, à tua espera. Não deixei nada
ao acaso: dei-te as instruções detalhadas, as coordenadas exatas de onde me
encontro ainda agora esperando-te, não te deixei chave ou código algum; não
preciso ter a certeza que és tu, já que não existe mais ninguém.
Ainda te espero,
ainda não desisti de ver-te chegar. Não te trairei, não te trocarei mesmo que
demores muito mais a chegar, só tu me poderás salvar.
Mas por que ainda não
vieste ao meu encontro? Por que não seguiste os rastos que te deixei, por que
não segues a trilha que todas as noites te traço na minha mente?