Tenho limites. Não são bons, nem maus. Mas são necessários e gosto deles.
São eles que me impedem de dizer o que mereces ouvir na hora que mereces, são eles que me controlam a mente e não me deixam pensar naquilo de que preciso. Impedem-me de arriscar quando sei que tenho algo a perder, mas, ao mesmo tempo, fazem-me ser directa e agir de acordo com os meus princípios. Sou uma para mim e outra para os demais.
São esses limites que me fazem ter medo de sentir o que me pode trazer insegurança e indecisão. O que me antevê como alguém frio e calculista que, no entanto, não sou. Mas não é fácil verem o meu coração, sei esconder o que me move como não sei esconder o que me irrita. É por causa deles que sou confiável.
Sinto-me culpada quando os ultrapasso conscientemente. E digo que nunca mais…até à vez seguinte, sem aprender a lição. Mas estes episódios de nada adiantam se na trama geral eles continuam lá, imperativos e calculistas.
Os limites equilibram-me. São sempre justificados mesmo quando alguém não os percebe. É uma dependência estranha, que me eleva a fluidez de pensamento ao seu máximo expoente. O coração não obedece. Tento sempre provar a mim mesma e explicar aos outros porque preciso deles. Nada melhor do que pô-los em prática. Há quem me faça ponderar, justificá-los e me queira ajudar a quebrá-los, pouco a pouco…sem perder o controlo.
Gosto de me entregar, de me deixar levar, mas detesto sentir-me assim vulnerável. Até gosto de ser assim, as mais das vezes. Há quem se contente com pouco.
Quem me dera não ter limites!