sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amigo Aprendiz

Tudo o que queria dizer mas não sabia...


Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Fernando Pessoa

segunda-feira, 26 de abril de 2010

À procura

Fazes-me falta.
É difícil ver para além do imediato, tenho a visão turva e toldada por lembranças que já não fazem sentido.
Só me dás de ti quando é preciso, tenho sede de mais; já não sabes de tudo, não confio em ti como antes.
Julgo merecer toda a disciplina a que me obrigas apenas porque não estou no direito de querer mais. Ouvi o que me dizias e senti o que quiseste dizer, virei costas e fugi.
Vou voltar atrás, fingir que nada te disse e ignorar os sinais de aviso que sentia a chegar; seguir em frente contigo, esquecendo o pensamento porque esse nem eu controlo.
Preciso de algo novo e único que preencha o lugar que sei que nunca te pertencerá a ti. E não podes arrepender-te e voltar um dia na esperança de que tudo esteja ainda como o deixaste.
Acabaram-se os lugares cativos, não esperes muito mais de mim!
Não me fazes falta.

terça-feira, 20 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

But for now XI

"I am outside
And I've been waiting for the sun
With my wide eyes
I've seen worlds that don't belong
My mouth is dry with words I cannot verbalize
Tell me why we live like this

Keep me safe inside
Your arms like towers
Tower over me"

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Ausência Tua

"Tenho espaço indeciso, dá-me mais porque preciso,
mais um sopro do que tens."


Não é o que dás aos outros, é o que não me dás a mim que me cega e me sufoca na realidade dos teus passos.
Para que quero saber e entender o que não me deixas descobrir? Deixa-me a porta aberta para poder entrar quando eu quiser.
Há quem tenha sempre algo a dizer e faça de uma altura a errada, e ao errar me transforme na mais consciente das dúvidas.
São precisas situações extremas para dares o melhor que tens em ti, para que tudo o que outrora parecia real faça sentido, seja visível.
Nunca senti o gosto da vitória contigo perto. Viajaste para tão longe de nós que já não encaixas onde devias, Perdeste o direito ao lugar que guardava só para ti.
Quero-te bem ainda, bem demais até talvez, Mas já não te vejo onde não estás, já não te persigo como louca.
Por que hei-de querer definir o que és para mim hoje Se o que foste ontem nunca passou de um mero gosto pelo que dói?
Sinto-me presa quando não estás e a tua falta quando te encontro.

"Não percebo o que é que queres, diz-me tu o que preferes:
ir embora ou ficar?"