sábado, 11 de abril de 2009

Dupla face

Não sei em que lado me encontro.
A porta fechou-se sem que eu me apercebesse e encerrou-me do lado de fora com a chave nas mãos. A chave começa a pesar como uma escolha que demoro a fazer, e que me impede de seguir viagem.
Tu entraste e nunca mais ponderaste sair do conforto desse espaço que parece ser só teu. Eu estou do lado de fora, à espera de algo que teima em não chegar. Não sei que faça com esta chave que pesa na minha mão, cabe-me a mim abrir a porta ou deixar que outro o faça. Não estou segura de te querer virar costas mas não quero voltar ao passado que tanto me fez temer pelo futuro. Confesso que nunca me julguei um ser comodista mas vejo-me a querer apenas o que posso ter, nada mais.
Ao contrário de todas as expectativas, o tempo passa e arrasta-se para o fim; a chave parece fugir do meu controlo. E tu, do outro lado da porta, falas para alguém que não te escuta, que já tem tudo decidido e planeado. Não sei se quero mesmo entrar, ir para junto de ti e regressar ao espaço que já foi só meu. Devo aproveitar a oportunidade e libertar-me dos grilhões desta masmorra ou permaneço quieta mas ágil de pensamentos, à espera de mais uma reviravolta?
Não sei em que lado me encontro.

1 comentário:

agaethis disse...

acrescentaria no perfil:interrogadora :P agora mais a sério, é bom levantar questões, o problema é que nem sempre se conseguem obter respostas.pelo menos no imediato.

Encontrei este blog por acaso.Revia um blog meu antigo quando lá vi um comentário deste teu cantinho.

Comentário esse que tem quase já um ano. Vim retribuir a cortesia, entretanto vou dando umas espreitadelas por aqui.